Excelentíssimo
Senhor “Seja Quem For”
Futuro
Presidente da República
Eu,
cidadão nacional moçambicano desde o primeiro dia deste quase meio século da
nossa turbulenta soberania, vivida por mim, por dentro e por fora do país numa experiência
alucinante e tortuosa de perspetivas diversificadas, fazendo jus à
significância da cidadania, e assumindo total resistência à tendenciosa
castração da nossa consciência coletiva nacional, por imperativo de princípios,
pondero que a indiferença neste momento tão crucial da nossa nação ditaria a
derradeira ruína de meus valores cívicos mais elementares.
Excelentíssimo
Senhor “Seja Quem For”,
Seja
qual for a sua trajetória política ou social pouco me importa julgá-lo, nem
mesmo avaliá-lo pelo seu passado, por muito ruim ou brilhante que seja seu
curriculum ou cardápio de promessas, porque de tão amordaçado e enganado, em
política, desaprendi a preciosidade de saber escolher e confiar, salve “única
exceção”... muito embora ainda me sinta capaz de reaprender.
Excelentíssimo
Senhor “Seja Quem For”,
Não
faça caso à minha “única exceção”, não se atormente, não se trata de uma
eventual potencial rivalidade, ela jamais se candidataria pelas urnas da
incerteza... ela chama-se “ESPERANÇA”... tranquilize-se que ela também zela por
si...
Excelentíssimo
Senhor “Seja Quem For”,
Ainda
que Vossa Excelência se furte a assumir publicamente, em consciência,
concordará certamente com a minha básica, mas eventualmente demasiada atrevida
opinião, de que a ilusão da felicidade egoísta testou de forma desafortunada
limites de sobra na nossa sociedade e arrastou-nos a todos, sem exceção,
indisfarçavelmente a esta realidade assombrosa que vivemos, de uma miragem
aterradora de um futuro cada vez mais incerto.
Já
o disse, em política eu já não sei escolher nem confiar, perdi essas virtudes,
mas não perdi tudo de mim, porque ainda assim sei muito bem o que quero da
vida; sim, da minha vida pessoal, mas inserida no coletivo da sociedade, porque
sem ela (a coletividade), eu não sou ninguém; nem eu, nem Vossa Excelência
“Seja Quem For”, que claramente depende hoje de milhões, incluindo muitos
miseráveis, para atingir suas aspirações no escrutínio.
Excelentíssimo
Senhor “Seja Quem For”,
Futuro
Presidente da República
Mesmo
sem confiança, e sob pena de mexer com eventual artrite reumatoide ainda não
diagnosticada, vergo-me perante Vós, mas não se iluda, não é por Vós, mas sim,
pelos tão vilipendiados desideratos sociais; a Vós apenas requeiro
antecipadamente que quando lá chegardes, Vos digneis a zelar honestamente pelos
infracitados desígnios que em nossa nação constituem segura e inabalavelmente
as maiores aspirações de todos nós, o povo moçambicano:
•
Reconciliação entre os moçambicanos e resgate da paz efetiva.
•
Criação de um memorial e uma data de reflexão nacional alusivos às vítimas das
guerras civis, em especial à intitulada guerra dos dezasseis anos que ceifou de
forma improcedente a vida a mais de um milhão de nossos concidadãos (uma forma
cívica de enaltecer a paz e dignificar a vida humana).
•
Que sejam feitas diligências para suprimir a figura da arma “kalachnikov”
patente como insígnia na nossa bandeira nacional, sendo pouco abonatória para a
imagem da nossa nação, e que inspira naturalmente à indesejável violência
armada.
•
Garantia do usufruto do rendimento dos recursos e riquezas nacionais para o
bem-estar social dos moçambicanos; todos os moçambicanos sem exceção.
•
Combate efetivo e implacável à corrupção.
•
Que haja estímulo a políticas baseadas nas nossas tradições e costumes, e maior
dignificação da nossa cultura.
•
Proteção efetiva da nossa integridade territorial, do Rovuma a Ponta do Ouro e
do Zumbo ao Índico (território marítimo incluído).
•
Proteção do nosso rico sistema ecológico pelo bem planetário e do nosso país em
particular.
Aguardando
atentamente que não nos dececione.
Escuse-se
deferimento formal
(Cidadão
Moçambicano)
Costa Neto
Caro
concidadão, comemore com sinceridade o próximo Dia da PAZ em Moçambique!
Moçambique - Costa Neto canta Mandjolo
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