Sam Hou Fai, candidato único à eleição do Chefe do Executivo, visitou a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses. Os assuntos que estiveram em cima da mesa incluíram o ensino em Língua Portuguesa, a importância da comunidade macaense e portuguesa, e a atribuição de subsídios às associações, indicou Miguel de Senna Fernandes ao Jornal Tribuna de Macau. O encontro, descrito como “muito amigável” serviu ainda para dar a conhecer o trabalho da APIM
A
Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) recebeu uma visita do
candidato único a Chefe do Executivo. O presidente da APIM, Miguel de Senna
Fernandes, revelou ao Jornal Tribuna de Macau que a conversa com Sam Hou Fai
girou em torno de alguns assuntos-chave, como o ensino em Língua Portuguesa, a
atribuição de subsídios, a comunidade macaense e portuguesa e a retenção de
talentos. No encontro, descrito pelo dirigente associativo como “muito
amigável”, foi ainda dada a conhecer a história da APIM, que celebrou
recentemente 153 anos, e a sua linha de acção.
Fundadora
da extinta Escola Comercial, a APIM faz actualmente parte da estrutura da
Fundação Escola Portuguesa de Macau, ocupando a vice-presidência, tendo também
a seu cargo, directamente, o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes,
observou. “No fundo, reiterámos a importância que tem de se dar ao ensino em
Português. A APIM entende que o ensino em Português em Macau deve ter a sua
matriz local, isto é óbvio e não podia entender-se de outra forma”, indicou
Senna Fernandes.
“O
ensino em Português não tem de ser inevitavelmente uma estrutura que vem de
outro país. Ainda que a Escola Portuguesa tenha a estrutura que tem, não pode
esquecer a matriz local, sob pena de andarmos a sonhar coisas que são
absolutamente irrealizáveis numa terra como é Macau”, frisou. Miguel de Senna
Fernandes explicou que era “fundamental” que Sam Hou Fai “entendesse estas
nuances que se envolvem no ensino de Língua Portuguesa em Macau”.
O
líder associativo vincou ainda que “a APIM está para o ensino em Macau como os
macaenses estão para Macau”. “No fundo, somos parceiros sociais na educação
correspondente àquilo que se pretende com a Língua Portuguesa, e julgamos que
estamos a fazer um bom trabalho”, prosseguiu, acrescentando depois: “Por mais
diminuta que possa estar neste momento, a comunidade macaense continua a ter um
papel importantíssimo para a definição do que é a RAEM”.
A
este propósito, Senna Fernandes afirmou que houve também um pedido para que “se
reitere a importância que se dá aos macaenses e aos portugueses”. “Temos vários
estrangeiros em Macau, mas nem todos têm o mesmo peso, não podem ter. Por mais
que algumas forças queiram, não se pode negar a legitimidade histórica da
comunidade portuguesa (…) É inegável que o português hoje é estrangeiro em
Macau, mas se quiser cá estar, que seja facilitada a sua residência, justamente
por causa da legitimidade histórica”, defendeu o também advogado.
“Flexibilização” da atribuição de subsídios às
associações
Por
outro lado, foi também abordada a problemática dos subsídios. “Dissemos que
terá de haver uma flexibilização dos critérios, sob pena de burocratizar o
subsídio e impedir a criação espontânea. Há associações e associações… e muitas
não podem ser tomadas como meros organismos dentro da teia burocrática da RAEM.
A natureza destas associações é precisamente a criatividade, a bem dos sócios,
porque caso contrário seriamos um mero organismo”, apontou. Nesse sentido, foi
pedido a Sam Hou Fai “uma visão mais abrangente e uma flexibilização da
política de concessão de subsídios”. “É uma esperança que temos”, acrescentou
Senna Fernandes.
No
encontro, que contou com a presença de vários corpos dirigentes e membros da
associação, houve ainda quem falasse sobre a necessidade de olhar para os
interesses de Macau no que respeita aos quadros qualificados. “O Governo de
Macau subsidia vários estudantes, e muitos deles vêm de fora… foi dito que
deveria haver uma retenção desses talentos, quanto mais não seja como uma
retribuição. Seriam talentos em que a RAEM investiu e tem todo o direito de
aproveitar”, explicou Senna Fernandes.
O
dirigente associativo acrescentou ainda que foi “com muita honra” que a APIM
foi contemplada no elenco de associações visitadas por Sam Hou Fai. “Foi uma
boa visita, uma boa conversa, muito amigável; o candidato mostrou-se receptivo.
Agora, em que é que se vai traduzir a receptividade, não sei, vamos ver”.
Lançado sítio oficial de candidatura a Chefe
Foi
lançado ontem o sítio oficial da candidatura de Sam Hou Fai ao cargo de Chefe
do Executivo da RAEM (https://www.shfsc-raem.com/pt).
No novo sítio electrónico, Sam Hou Fai dá as “boas-vindas” às “opiniões dos
diversos sectores da sociedade”, que podem ser apresentadas por escrito à Sede
de Candidatura de Sam Hou Fai. Além de exibir um código QR que também permite o
acesso ao sítio, a mesma plataforma proporciona informações sobre os encontros
realizados com diferentes associações, a declaração de candidatura, o currículo
do candidato, bem como formas de contacto. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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