Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Brasil - Porto de Santos: novos tempos

SÃO PAULO – A eficiência dos terminais de contêineres do Porto de Santos aumentou muito desde o segundo semestre de 2013, quando entraram em operação dois megaempreendimentos, Embraport e Brasil Terminal Portuário (BTP), que ampliaram a oferta de espaço. Até então, o Tecon-Santos, da Santos Brasil, o maior terminal de uso público de contêineres do País, fazia o que estava ao seu alcance, o que já não era pouco, mas não conseguia atender plenamente à demanda.

Inaugurado em julho de 2013, o terminal da Embraport, que tem como acionistas a Odebrecht (66,7%) e a DP World (33,3%), recebeu investimentos de R$ 2,3 bilhões, enquanto o da BTP, parceria das empresas europeias Terminal Investment Limited (TIL) e APM Terminals, investiu R$ 2 bilhões, tendo começado a operar em agosto do ano passado.

Em função disso, já se diz que a produtividade dos terminais de contêineres no maior porto brasileiro está entre as mais altas do mundo. E que seus números de movimentação por hora – principal indicador de eficiência – teriam ultrapassado os de grandes complexos portuários do mundo, como o de Roterdã, na Holanda, e o de Hamburgo, na Alemanha, aproximando-se dos portos chineses. É o que garante levantamento recente da empresa alemã de transporte marítimo Hamburg Sud, que leva em conta o desempenho na operação dos navios da classe Cap San, com até 9,6 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e 335 metros de comprimento.

Para confirmar esses números, é preciso, porém, aguardar o levantamento para 2014 do JOC Group (Journal of Commerce), empresa norte-americana que fornece dados globais de inteligência nas áreas de comércio, transporte e logística, o JOC Port Productivity Data, até aqui considerado o mais confiável ranking mundial no segmento. Em 2013, de acordo com esse ranking, os portos chineses de Tianjin, Qingdao e Ningbo foram considerados os mais produtivos. Os três terminais mais produtivos foram APM Terminals Yokohama, Tianjin Port Pacific International Container Terminal e Ningbo Beilun Second Terminal. No topo do levantamento, o porto de Tianjin registrou 130 movimentos por hora, o de Quingdao, 126, e o de Ningbo, 120.

Para se ter um termo de comparação, é de lembrar que, antes da entrada em funcionamento daqueles dois terminais, a produtividade em Santos estava em torno de 60 contêineres por hora, abaixo da média mundial, que é de 80 por hora. Roterdã, por exemplo, registra uma média de 86 por hora e o de Hamburgo, 81 por hora, conforme o 2013 JOC Port Productivity Data.  No continente americano, os mais produtivos foram os portos de Balboa, no Panamá, com 91movimentos por hora, e de Long Beach, com 88, e de Los Angeles, com 87, nos Estados Unidos.

Com a entrada em operação daqueles novos terminais, Santos ampliou sua capacidade, alcançando em 2014 até agora a média de 104 movimentos por hora, marca que não só se situa acima da média global como ultrapassa as médias que Roterdã, Hamburgo, Balboa, Long Beach, Los Angeles e outros portos alcançaram em 2013. Milton Lourenço – Brasil


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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.

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