O
governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou otimismo em relação às
projeções apresentadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), que apontam São Paulo como o segundo maior produtor
nacional de petróleo nos próximos dez anos
"Estamos diante de um
cenário muito positivo na indústria de óleo e gás. Há expectativa de grande
crescimento da produção de petróleo em São Paulo com o pré-sal. Haverá um
impacto muito grande no sentido de empregos, investimentos e também a produção
para o País", afirmou, em entrevista à imprensa. "Daqui dez anos, o
próximo governador será um sheik de Abu Dabi", brincou, referindo-se ao
potencial da arrecadação com os royalties.
Segundo a ANP, as próximas
rodadas de licitações dos campos de exploração e produção de petróleo e gás
natural – previstos para 2017, 2018 e 2019 – têm potencial para atrair US$ 40
bilhões em investimentos ao Estado de São Paulo, montante que corresponde à
metade dos investimentos previstos em decorrência de todos os leilões
programados no País nesse mesmo período. Com isso, São Paulo deve saltar de uma
produção diária de 330 mil barris de petróleo por dia para 1,1 milhão de barris
por dia até 2027, ultrapassando o Espírito Santo como segundo maior produtor.
A ANP calcula que essa
atividade vai gerar cerca de US$ 11 bilhões em royalties para os cofres
paulistas ao longo dos 30 anos de vigência dos contratos de exploração dos
blocos. Isso representará um salto na arrecadação do Estado neste setor, que
conta, atualmente, com a distribuição de US$ 1,5 bilhão vindo das áreas já
contratadas e projetos de desenvolvimento e produção, como Lapa, Baúna e
Sapinhoá.
Diante das projeções
animadoras, Alckmin afirmou que o governo paulista reunirá as universidades
estaduais, a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT) para estruturar um plano para formação de mão de obra
qualificada e obtenção de avanços no campo das ciências e da inovação voltados
para a indústria de óleo e gás.
O governador também prometeu
retomar o projeto de instalação de um centro de pesquisas da Petrobras na
Baixada Santista. Para isso, serão feitas reuniões com a própria estatal, além
de se buscar apoio nas empresas que venham a arrematar os campos de exploração
levados ao mercado nas próximas rodadas de licitações da ANP.
Alckmin lembrou que já existe
terreno reservado para o futuro centro de pesquisas na cidade de Santos.
"Era um projeto que estava bem adiantado, mas, com a crise na Petrobrás e
a quebra no valor do petróleo, deu uma parada. Agora, a expectativa é de
crescer". Circe Bonatelli – Brasil
in “Estadão”
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