Capital
política e espiritual do antigo Reino do Kongo – região onde hoje estão
localizados Gabão, República do Congo, Angola e República Democrática do Congo
–, Mbanza Kongo representa a importância da tradição kongo e seus conflitos com
a chegada dos portugueses e da religião católica na África Central, no final do
século XV
No último sábado (8), o centro
histórico de Mbanza Kongo, no norte de Angola, foi inscrito pela UNESCO na
lista de Património Mundial.
Capital política e espiritual
do antigo Reino do Kongo – região onde hoje estão localizados Gabão, República
do Congo, Angola e República Democrática do Congo –, Mbanza Kongorepresenta a
importância da tradição kongo e seus conflitos com a chegada dos portugueses e
da religião católica na África Central, ao final do século XV.
Um reino que crescia e
influenciava parte da África, no século XIII, representa uma civilização de
riqueza cultural inestimável. Formado inicialmente por 144 tribos, esse Império
construiu a história e cultura de países como Angola, Congo, República
Democrática do Congo e Gabão e de seus descendentes em todo o mundo.
Com o compromisso de pesquisar
e compartilhar a história e os símbolos da cidade, o arqueólogo Bruno Pastre
Máximo lançou um sítio baseado com uma vasta
pesquisa de campo, onde ele ressalta aspectos religiosos
e culturais da região.
“Na cidade, existem 3
‘lugares-chave’: Kulumbimbi, Yala-Nkuwu e Ntotila. O kulumbimbi é descrita
pelas autoridades científicas angolanas como o vestígio material da primeira
catedral construída na África Subsaariana pelos portugueses”, disse Bruno.
“Para diversos grupos locais,
no entanto, a ruína não é visto como de origem portuguesa, sendo um legado
pré-colonial; ela é um símbolo do passado ancestral e um legado dos ancestrais.
A árvore Yala-Nkuwu é uma ligação com a ancestralidade mediada pela lei e
ordem. Diante dela, foram feitos muitos julgamentos. O Ntotila é o ‘monarca’
que governa o Reino do Kongo. Somente o Ntotila, aquele que governa desde
Mbanza-Kôngo, pode ter este título”, acrescentou o pesquisador.
O reconhecimento do
Mbanza-Kongo é positivo para o mundo porque estimula a pesquisa e reflexão
sobre a história – comum a africanos, portugueses e brasileiros.
Foi do Reino do Kongo de onde
partiu a maioria dos africanos escravizados desembarcados nas Américas, foi de
lá que saiu o primeiro embaixador africano enterrado no Vaticano, e também foi
lá onde a primeira igreja católica (Kulumbimbi) da África Subsaariana foi
erguida. Nações Unidas
Sem comentários:
Enviar um comentário