Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Angola – Mbanza Kongo recebe título de Património Mundial da UNESCO

Capital política e espiritual do antigo Reino do Kongo – região onde hoje estão localizados Gabão, República do Congo, Angola e República Democrática do Congo –, Mbanza Kongo representa a importância da tradição kongo e seus conflitos com a chegada dos portugueses e da religião católica na África Central, no final do século XV


No último sábado (8), o centro histórico de Mbanza Kongo, no norte de Angola, foi inscrito pela UNESCO na lista de Património Mundial.

Capital política e espiritual do antigo Reino do Kongo – região onde hoje estão localizados Gabão, República do Congo, Angola e República Democrática do Congo –, Mbanza Kongorepresenta a importância da tradição kongo e seus conflitos com a chegada dos portugueses e da religião católica na África Central, ao final do século XV.

Um reino que crescia e influenciava parte da África, no século XIII, representa uma civilização de riqueza cultural inestimável. Formado inicialmente por 144 tribos, esse Império construiu a história e cultura de países como Angola, Congo, República Democrática do Congo e Gabão e de seus descendentes em todo o mundo.

Com o compromisso de pesquisar e compartilhar a história e os símbolos da cidade, o arqueólogo Bruno Pastre Máximo lançou um sítio baseado com uma vasta pesquisa de campo, onde ele ressalta aspectos religiosos e culturais da região.

“Na cidade, existem 3 ‘lugares-chave’: Kulumbimbi, Yala-Nkuwu e Ntotila. O kulumbimbi é descrita pelas autoridades científicas angolanas como o vestígio material da primeira catedral construída na África Subsaariana pelos portugueses”, disse Bruno.

“Para diversos grupos locais, no entanto, a ruína não é visto como de origem portuguesa, sendo um legado pré-colonial; ela é um símbolo do passado ancestral e um legado dos ancestrais. A árvore Yala-Nkuwu é uma ligação com a ancestralidade mediada pela lei e ordem. Diante dela, foram feitos muitos julgamentos. O Ntotila é o ‘monarca’ que governa o Reino do Kongo. Somente o Ntotila, aquele que governa desde Mbanza-Kôngo, pode ter este título”, acrescentou o pesquisador.

O reconhecimento do Mbanza-Kongo é positivo para o mundo porque estimula a pesquisa e reflexão sobre a história – comum a africanos, portugueses e brasileiros.

Foi do Reino do Kongo de onde partiu a maioria dos africanos escravizados desembarcados nas Américas, foi de lá que saiu o primeiro embaixador africano enterrado no Vaticano, e também foi lá onde a primeira igreja católica (Kulumbimbi) da África Subsaariana foi erguida. Nações Unidas

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