SÃO PAULO – Se mais um indicativo de
que a economia do País se aproxima de um novo ciclo virtuoso fosse necessário,
basta o que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC)
acaba de anunciar: a balança comercial fechou o primeiro semestre com o melhor
saldo da história para o período. Nos seis primeiros meses do ano, o Brasil
exportou US$ 36,2 bilhões a mais do que importou. De janeiro a junho, o saldo
da balança comercial acumulou alta de 53,1% em relação ao primeiro semestre do
ano passado.
De acordo com o MDIC, nos seis
primeiros meses do ano, as exportações somaram US$ 107,7 bilhões, o quinto
melhor primeiro semestre da história, com crescimento de 19,3% em relação ao
mesmo período do ano passado. Mais: as exportações de semimanufaturados
aumentaram 17,5%, impulsionadas pelas vendas de semimanufaturados de ferro e
aço (70,6%), ferro fundido (48,5%) e açúcar bruto (36,4%). Já as exportações de
manufaturados subiram 10,1%, com destaque para óleos combustíveis (122%), veículos
de carga (59,2%), açúcar refinado (56,5%) e automóveis (52,8%).
A boa performance do comércio exterior tem contribuído sobremaneira para
a recuperação da indústria. Basta ver que, no primeiro semestre, o total de
produtos vendidos a outros países chegou a US$ 37,7 bilhões, com uma evolução
de 10,1% em comparação com o mesmo período de 2016. As exportações de
semimanufaturados têm acompanhado esse crescimento, chegando à marca de US$ 15
bilhões, o que resultou num crescimento de 17,5% em relação ao mesmo período do
ano passado.
Com isso, o governo, com base no
crescimento nos preços internacionais e na quantidade exportada, já prevê um superávit
de US$ 60 bilhões na balança comercial em 2017, depois de fazer uma estimativa
de US$ 55 bilhões no começo do ano. Se isso se efetivar, será o melhor saldo comercial
da história para o País, o que não será pouco, levando-se em conta as
tribulações provocadas na economia por uma classe política que está longe de
merecer o respeito do cidadão de bem.
É verdade que os números da balança
foram beneficiados pela recuperação do preço das commodities (bens primários com cotação internacional), mas os dados
positivos de vários setores mostram que, se não houver mais irresponsabilidade no
trato das questões políticas, a perspectiva é que haja uma retomada na economia,
depois de uma fase de recuo em precedentes na história do País, que deve ser
atribuída à inaptidão política da ex-presidente e à incompetência de sua equipe
econômica.
É verdade que as fábricas apresentam ainda
uma capacidade ociosa em torno de 25%, que se reflete diretamente na compra de máquinas
e equipamentos e no desemprego para boa parte do operariado, o que acaba por afetar
também os setores de alimentos e vestuário e outros. Mas, seja como for, é indiscutível
que o aumento nas exportações e importações aponta para uma retomada do
crescimento econômico do Brasil. Milton
Lourenço - Brasil
____________________________________________
Milton Lourenço é
presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos
Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo
(Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de
Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br
Sem comentários:
Enviar um comentário