Mais
de 140 académicos e intelectuais de 14 países, ligados a cerca de 80
universidades, reúnem-se no Instituto Politécnico de Macau entre os dias 23 e
28 deste mês para a primeira edição, no Oriente, do Congresso da Associação
Internacional de Lusitanistas. Nas mais de 40 sessões, será dado grande relevo
às literaturas portuguesa, brasileira e africana, cinema, estudos feministas,
entre outros temas
A Associação Internacional de
Lusitanistas (AIL) realiza na RAEM, entre os próximos dias 23 e 28 de Julho de
2017, a 12ª edição do seu Congresso em colaboração com o Instituto Politécnico
de Macau (IPM). Há três anos - última edição - a maior associação de estudos de
língua e culturas de língua portuguesa em todo o mundo aceitou a candidatura do
IPM fazendo com que esta iniciativa chegue, pela primeira vez, ao Oriente.
“É para nós um desafio e uma
responsabilidade muito grande, mas também o reconhecimento do que o IPM tem
feito para desenvolver os estudos da língua portuguesa em Macau, na China e na
Ásia”, destacou Carlos André.
O director do Centro Científico
e Pedagógico do IPM realçou também que o papel do território como anfitrião
reveste-se de um “significado muito especial neste diálogo de culturas onde o
Português é claramente um elemento marcante”.
“Macau tem no seu ADN 400 anos
de diálogo de culturas. Portugal reconhece isso, Macau e a República Popular da
China também, mas é a primeira vez que é reconhecido por intelectuais do mundo
todo e isto é um dado muito importante”, sublinhou. Além disso, é também a
primeira vez que universidades de todo o mundo vêm afirmar com “muita clareza”
que Macau tem um “papel a desempenhar”.
Nesse âmbito, há também mais-valias
a retirar com a grande participação do IPM neste evento. Segundo sublinhou, trata-se
sobretudo da “confirmação clara” que o Instituto Politécnico vai “continuar a
desenvolver” a sua estratégia de desenvolvimento dos estudos do Português.
Em termos de adesão, chegaram
a estar confirmados mais de 180 participantes, mas, “devido à situação de crise
financeira no Brasil” assistiu-se a uma quebra de quase 40 no espaço de uma
semana, explicou Carlos André. Assim, o IPM vai receber 142 oradores, de 14 países,
em representação de aproximadamente 80 universidades, a maioria das quais de
elevado prestígio a nível mundial.
A título de exemplo, serão ouvidas
comunicações de docentes das Universidades de Oxford e “King’s Collegue” (Reino
Unido), de Milão, Bolonha, La Sapiensa (Roma) e Nápoles (Itália), da
Universidade de São Paulo e do Rio de Janeiro (Brasil). De Portugal, estarão
representadas as universidades do Porto, Lisboa e Coimbra e da vizinha
espanhola, as universidades de Salamanca e Santiago de Compostela. Entre os
oradores, estão agendadas sessões com professores de Universidades de Santa
Bárbara e Arizona (EUA) e ainda de Cracóvia (Polónia), Pequim e Xangai.
Além de quatro sessões plenárias
- umas das quais dedicada à língua portuguesa no mundo com destaque para Macau
e China - haverá 48 sessões paralelas com o contributo de académicos de renome
internacional. Será dado destaque às literaturas portuguesa, brasileira e
africana, a relação entre a literatura e o cinema, a história contemporânea e
ainda muitos temas ligados aos estudos feministas no âmbito da literatura, sociologia
e cinema.
A ex-ministra da Cultura de Portugal
e docente na Universidade do Porto, Isabel Pires de Lima, Rui Vieira Nery,
membro da direcção da Fundação Calouste Gulbenkian, Onésimo Teotónio de
Almeida, professores de Português nos Estados Unidos e Hélder Macedo, docente
no “King’s College” (Londres) são alguns dos convidados em destaque.
Por sua vez, Carlos Morais
José (Macau), a brasileira Ana Miranda e o moçambicano João Paulo Borges Coelho
vão, em conjunto, falar sobre aquilo que os une: a escrita.
Nesta edição, serão ouvidas
intervenções de 16 académicos chineses, o maior número de sempre. “Se há
professores chineses em grande número com comunicações aprovadas significa algo
de muito importante: que os estudos do Português no Interior da China já evoluíram
muito do ponto de vista científico”, vincou Carlos André. Catarina Almeida – Macau in
“Jornal Tribuna de Macau”
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