O presidente da Associação
Internacional dos Lusitanistas (AIL) considera “surpreendente” e
“impressionante” o investimento de Macau na Língua Portuguesa em Macau para a
construção de uma “rede mais ampla de ensino linguístico”. Para Roberto Vecchi,
essa aposta vê-se em termos numéricos mas também na “qualidade das
apresentações, dos projectos, das investigações, dos colegas chineses de Macau
e da China em particular”.
“O que se percebe é que
estamos numa comunidade de pares, ou seja, não há um norte ou sul da associação
mas estamos todos num diálogo de patamar e troca recíproca”, afirmou Roberto
Vecchi, em declarações ao Jornal Tribuna de Macau.
O Congresso da AIL termina na
sexta-feira, mas após dois dias de conferências e sessões paralelas já é
possível vislumbrar um resultado muito positivo, apontou o responsável.
Sendo esta uma estreia da
associação em terras asiáticas, Roberto Vecchi vê vantagens para os dois lados,
incluindo Macau. “É uma fase importantíssima para a associação por duas
questões. Não é só a questão inaugural de estar na Ásia mas a questão mais
importante para uma associação como a nossa, disseminada, é encontrar um mundo
de novos colegas que levam para a associação os seus projectos de investigação,
temas e linguagens. Para nós é um enriquecimento enorme”, destacou.
“O resultado e a expectativa
depois desta experiência é realmente ter potencial para criar novas redes de
investigação, intercâmbios, projectos de didática universitária”, acrescentou
Roberto Vecchi indicando que o salto para o Oriente reflecte também a visão
global que a Associação Internacional dos Lusitanistas quer ver crescer. “Essa
internacionalização da associação permite valorizar o melhor que temos: uma
vocação para a investigação, ensino académico de alta qualidade no mundo em vez
de estarmos fechados nos nossos gabinetes e universidades. Esperamos ver uma
nova fronteira que, de facto, se abra”, sublinhou.
Nesse contexto, sublinhou, o
“mundo asiático” é um dos mais “dinâmicos do ponto de vista do ensino da língua
portuguesa”
Plataforma9
colmata lacuna fundamental.
O presidente da Associação
Internacional dos Lusitanistas falava à margem de uma conferência plenária na
qual foram divulgados dois projectos ligados à associação: Plataforma9 e a
revista “Veredas”.
Apresentado por Rui Vieira
Nery, director do programa língua e cultura portuguesa da Fundação Calouste
Gulbenkian, e Elias Feijó Torres, o projecto da Plataforma9 foi pensado e
elaborado pela AIL com a contribuição financeira e a tutela institucional da
Fundação Calouste Gulbenkian. Na altura, a associação era presidida
precisamente por Elias Feijó Torres.
“Para nós foi logo evidente
que havia um terreno a explorar e depois de várias hipóteses que se puseram de
colaboração achámos que havia uma lacuna fundamental que não era preenchida por
nenhuma das plataformas existentes”, vincou Rui Vieira Nery, notando que a
Plataforma9 pretende responder directamente aos interesses da comunidade de
investigadores e professores que trabalham com o Português. “Quer-se uma
plataforma que não seja dirigista, que seja aberta, que reflicta a pluralidade
da nossa experiência e múltipla origem dos nossos pontos de partida
diversificados”.
Além disso, realçou o
objectivo de cruzar sobretudo “informação que nos permita saber quando é que há
congressos, colóquios, eventos, vagas de investigação ou docências em
universidades, programas de financiamento para projectos de investigação, entre
outros”.
O projecto foi criado em 2014
e pretende tornar-se num meio de comunicação “exemplarmente multidisciplinar”,
referiu. Catarina Almeida – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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