Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Portugal – Escritor Adelino Timóteo faz o lançamento em Lisboa do livro “Jorge Jardim: o ano do adeus ao Ultramar” depois de várias apresentações em Moçambique


No próximo dia 02 de Dezembro, a partir das 15 horas, o escritor Adelino Timóteo lança o seu mais recente livro “Jorge Jardim – o ano do adeus ao ultramar” na Livraria Castro e Silva, na cidade de Lisboa, depois de ter apresentado no seu país, Moçambique, no passado mês de Abril.

Adelino Timóteo pretende fazer do livro “Jorge Jardim – o ano do adeus ao ultramar”, com material original, um raio de luz na procura de iluminar os acontecimentos do pós-25 de Abril de 1974 na antiga colónia portuguesa de Moçambique. Baía da Lusofonia


Sinopse

Esta obra pretende-se um farol, com material inédito, buscando iluminar os acontecimentos do pós-25 de Abril de 1974, assim como o episódio trágico de 7 de Setembro, em Lourenço Marques, do mesmo ano. Com enfoque no Engº Jorge Jardim, trata-se de um ângulo inédito e distinto de contar também sobre os derradeiros momentos da luta armada de libertação e os demais acontecimentos que lhe sucederam, vinculando-o a uma tentativa humana e de redenção de se acercar à FRELIMO, através do «Programa de Lusaka», com que buscava evitar a debandada de 250 mil brancos de Moçambique.  

Debaixo da lenda desta personalidade e com informação devidamente contextualizada, o autor esmiuça os factos, que marcaram o fim do Ultramar português e a emergência de um novo conflito, debaixo da consigna da guerra fria.  

Afamado como uma das mais ímpares e insignes personalidades da África Austral, purgado pela Junta de Salvação Nacional, dos capitães de Abril, Jorge Jardim, tratado como um monstro, esgrime os seus argumentos, mas não consegue impor o seu plano em cima da mesa, no tratado de Lusaka. Daí resvala-se para um plano secundário e assiste desencantado o processo dramático e trágico da descolonização desde a periferia. 

Cinquenta anos depois, olhando para o pensamento de Jorge Jardim, é possível depreender que, mais do que votar-lhe ao ostracismo e ao tabu, Jorge Jardim foi um nacionalista, que pretendeu contribuir com o seu pensar particular, que mantivesse a dignidade da maioria e dos derrotados, numa harmonia comum, sem se ferirem uns aos outros.  

Ao desenterrar o perfil deste homem complexo, raro, pretensamente antirracista, com as suas contradições e partes encantadoras, como todos os seres humanos comuns, o autor oferece a oportunidade de se esgravatar sobre a documentação e testemunhos interessantes de uma figura enigmática, esclarecendo sobre os momentos que mediaram a morte de Eduardo Mondlane, com isto demonstrando que a história é um processo dinâmico, em permanente construção.  

A relevância de documentar com intensidade esse período de ouro da história contemporânea é um serviço à Nação. 

Biografia do autor

Adelino Timóteo nasceu a 3 de fevereiro de 1970, na Beira, em Moçambique. É formado na área de docência em Língua Portuguesa, mas não exerceu a profissão. Ingressou no Jornalismo em 1994, na cidade da Beira, no Diário de Moçambique, e, mais tarde, tornou-se correspondente do semanário Savana, na mesma cidade. É licenciado em Direito e exerce a função de jornalista no semanário Canal de Moçambique. Além disso, é artista plástico e já realizou várias exposições individuais de artes, em Moçambique e no estrangeiro. Obras publicadas, entre poesia, romances e biografias: Os segredos da arte de amar. Maputo: AEMO, 1998. Viagem à Grécia através da Ilha de Moçambique. Maputo: Ndjira, 2002. A fronteira do sublime. Maputo: AEMO, 2006. Mulungu. Maputo: Texto, 2007. A Virgem da Babilónia. Maputo: Texto, 2009. Nação pária. Maputo: Alcance, 2010. Na aldeia dos crocodilos. Maputo: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa; Barcelona: Fundació Privada Contes pel Món, 2011. Dos frutos do amor e desamores até à partida. Maputo: Alcance, 2011. Não chora Cármen. Maputo: Alcance, 2013. Nós, os do Macurungo. Maputo: Alcance, 2013. Livro Mulher. Maputo: Alcance, 2013. Apocalipse dos predadores. Lisboa: Chiado, 2014. Corpo de Cleópatra. Maputo: Alcance, 2016. Os oito maridos de Dona Luíza Michaela da Cruz. Maputo: Alcance, 2017. Os últimos dias de Uria Simango. Maputo, 2018. Na aldeia dos crocodilos. Contos de Moçambique, v. 7. São Paulo: Kapulana, 2018. Volúpia da pedra. Maputo, 2018. Afonso Dhlakama - a longa luta em defesa da democracia. 2019. O Feiticeiro Branco, 2020. A Luz diáfana do amor, 2021. O voo das fagulhas, 2021. Daviz Simango: A difícil transição à democracia, 2022. A biblioteca debaixo da cidade, 2023 PRÉMIOS · 1999 - Prémio anual do Sindicato Nacional do Jornalismo, pela melhor Crónica Jornalística. 2001 - Prémio Nacional Revelação de Poesia AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos). 2011 - Prémio BCI/AEMO 2011 pela obra Dos frutos do amor e desamores até à partida. 2013 - “Melhor Escritor da Cidade da Beira”, Moçambique. 2015 - Distinguido pela “excelente e inquestionável qualidade da sua obra”, pelo Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (CEMD), Lisboa, Portugal.


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