Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 10 de novembro de 2024

Brasil - Povoação colonial portuguesa perdida há 250 anos encontrada na Amazónia

Uma equipa de arqueólogos brasileiros descobriu uma antiga povoação colonial portuguesa perdida há 250 anos, abandonada e completamente absorvida pela densa floresta amazónica.


A descoberta, realizada no estado de Rondônia, revela não só a localização de uma povoação que se julgava extinta como também a existência de várias estruturas geométricas no solo, cujas funções ainda permanecem um mistério.
A investigação, liderada por Eduardo Góes Neves, diretcor do Museu de Arqueologia e Etnografia da Universidade de São Paulo (USP), marca um avanço inédito no estudo das origens coloniais do Brasil e da história arqueológica na Amazónia.
Os investigadores acreditam que o local era utilizado por homens responsáveis pelo transporte de ouro através do rio Guaporé. Os portugueses instalaram-se ali em 1750 após a ocupação filipina do país, já que antes a região pertencia à Espanha.
Segundo Eduardo Neves, em declarações ao portal Metrópoles, “a povoação foi abandonada em 1822, quando o Brasil se tornou independente, a floresta tomou conta dela e os blocos de pedra foram removidos”. Através de um mapeamento detalhado, a equipa conseguiu identificar o traçado original das ruas, o que Neves descreve como “uma descoberta fascinante”.
A pesquisa beneficiou do apoio de habitantes indígenas da região, que orientaram os arqueólogos no processo de mapeamento inicial da área. De seguida, a equipa utilizou tecnologia LiDAR, um sistema de detecção remoto que permite uma análise precisa do local sem necessidade de manusear ou alterar as estruturas antigas. Esta tecnologia possibilitou a visualização de formas geométricas surpreendentes, como quadrados, círculos e até mesmo estradas que cortam a povoação.
Eduardo Neves explica que ainda não se sabe ao certo o propósito destas estruturas, que “podem ser áreas de cultivo ou locais de habitação”, e acrescenta que “será necessário regressar ao terreno para uma escavação mais detalhada e entender o seu real significado”.
A equipa irá apresentar os primeiros resultados desta investigação no Museu da Amazónia, em Manaus, no contexto do projecto Amazónia Revelada, que reúne especialistas e promove a preservação da herança arqueológica da floresta. Uma das prioridades do projecto é garantir a protecção dos sítios históricos ameaçados, destacou Neves num comunicado da Fundação de Pesquisa de São Paulo.
A relevância e o impacto desta descoberta representam um passo importante para a compreensão do impacto europeu na Amazónia e na história da colonização portuguesa no Brasil, além de evidenciar a necessidade de preservar e estudar as raízes arqueológicas da região. In “Executive Digest” – Portugal com “Revista Leia Mais”


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