O Instituto Cultural (IC) apresentou uma lista de 12 manifestações recomendadas para integrar a lista do património cultural intangível, que vai estar em consulta pública entre 4 de Dezembro e 2 de Janeiro do próximo ano. Desta lista faz parte, por exemplo, a dança folclórica portuguesa e a confecção de pastéis de nata
Foi apresentada, pelo Instituto Cultural (IC), uma lista de 12 novas manifestações recomendadas para inscrição na lista do património cultural intangível. Esta lista, que estará em consulta pública entre 4 de Dezembro e 2 de Janeiro de 2025, inclui a dança folclórica portuguesa e a confecção de pastéis de nata, por exemplo.
Crença e costumes de Tou Tei
O primeiro item na lista são os costumes de Tou Tei. Esta crença tem por base a “fé dos chineses antigos de que todas as coisas têm espírito, bem como na sua dependência, proximidade e reverência pela terra”, diz o documento do IC. Em Macau, estes costumes contam com um grande número de seguidores e existem actualmente cerca de dez templos dedicados exclusivamente ao Deus da Terra no território. O Festival de Tou Tei “é um evento festivo influente e cheio de características regionais de Macau, tendo um importante valor histórico e social, bem como valor em termos de cultura e de investigação”, salientam as autoridades.
Dança do Dragão
Outra das 12 manifestações recomendadas pelo IC para ir para a lista do património cultural intangível é a Dança do Dragão. Esta dança “transformou-se numa actividade importante desempenhada durante feiras ligadas a templos e festivais tradicionais, principalmente com o intuito de pedir protecção e segurança, bem como para proporcionar um ambiente de bom augúrio e alegria”, detalha o IC, acrescentando que, “nos dias de hoje, a Dança do Dragão continua a ser uma parte característica nos principais festivais culturais chineses em Macau, sendo muito popular entre os residentes e os turistas”.
Dança do Leão
Logo a seguir na lista surge a Dança do Leão, “uma arte performativa que integra artes marciais, dança e música”. A Dança do Leão tem sido transmitida e desenvolvida por associações desportivas civis, sendo realizadas aulas de interesse sobre a arte da Dança do Leão entre a comunidade, para promover o conhecimento e a cultura sobre esta dança, especialmente entre os jovens, nota o IC. O organismo diz ainda que “esta arte é um importante elo cultural para aprofundar ainda mais a proximidade entre Macau e as comunidades chinesas no estrangeiro, promovendo a sua identidade cultural e a união social entre grupos relevantes”.
A dança folclórica portuguesa
O IC também quer incluir na lista do património cultural intangível a dança folclórica portuguesa. O IC diz que, “no início dos anos 70 e 80 do século passado este tipo de dança tornou-se mais popular e desenvolveu-se também em actividades de outras comunidades locais”. A dança “adquiriu continuamente características de Macau, e actualmente envolve artistas das comunidades portuguesa, macaense, chinesa, entre outras”, sublinham as autoridades, que acrescentam que esta manifestação “reflecte o valor da multiculturalidade de Macau, bem como a integração e amizade entre as culturas chinesa e portuguesa, sendo uma manifestação cultural relevante sobre a cultura típica de Macau”.
Festival da Primavera
O Festival da Primavera também poderá ser integrado na lista e o IC explica que esta celebração concentra, de forma representativa, “a essência da cultura tradicional chinesa”. O organismo acrescenta que “o Festival da Primavera, sendo o festival mais grandioso, significativo e importante do ano em Macau, constitui uma importante manifestação da permanência e do desenvolvimento da cultura tradicional chinesa em Macau”.
Festival de Barcos-Dragão
O Tung Ng, Festival de Barcos-Dragão, é outra das manifestações em destaque. Trata-se de “um um festival folclórico cuja função é prestar reverência aos antepassados, realizar o culto a divindades para afastar maus espíritos e doenças, bem como fazer orações de bênção e de protecção contra espíritos malignos”. Estas celebrações têm “uma longa história” em Macau, continuando a ser transmitidos e ensinados, o que reflecte “um espírito nacional único e uma rica cultura que Macau continua a celebrar”.
Regata de Barcos-Dragão
A Regata de Barcos-Dragão é uma prática que faz parte do festival com o mesmo nome. Macau, que se localiza no Delta do Rio das Pérolas, tem as condições geográficas “ideais” para a realização desta competição, o que tornou esta celebração “um evento anual de grande importância no território”. “Como um dos eventos desportivos de Macau com uma escala relativamente significativa e com um impacto social especialmente relevante, a Regata de Barcos-Dragão constitui, sobretudo, uma importante representação da transmissão e continuidade da cultura tradicional chinesa no território”, salienta o documento do IC.
Tai Chi
Outra das manifestações a serem incluídas na lista de património cultural intangível são as artes marciais de Tai Chi, uma arte marcial tradicional caracterizada por movimentos circulares realizados de forma relaxada. O Tai Chi chegou a Macau no início do século XX e, segundo o IC, desde a década de 1980 que o interesse por esta arte marcial na região tem aumentado significativamente.
Pastéis de nata
O IC também quer incluir na lista do património cultural intangível a confecção de pastéis de nata locais, que evoluíram a partir dos portugueses. “Os pastéis de nata de Macau são muito populares, tendo-se tornado num doce emblemático. Actualmente, as lojas e os restaurantes que confeccionam e vendem pastéis de nata estão espalhados por toda a cidade”, assinala o organismo, acrescentando que “esta manifestação do património intangível local pode ser considerada como uma importante ponte de ligação da cultura gastronómica de Macau à do mundo, possuindo grande valor como referência cultural”.
Biscoitos de amêndoa
A confecção de biscoitos de amêndoa também pode entrar na lista uma vez que é “uma iguaria emblemática de Macau e uma lembrança apreciada”, o que faz com que se tornem “cada vez mais populares, tanto em Macau como internacionalmente”. “Nos últimos anos, a combinação dos métodos tradicionais com técnicas modernas, tanto em quantidade e qualidade, como em variedade de sabores, consolidou os biscoitos de amêndoa como um símbolo da cultura gastronómica de Macau”, refere o documento.
Bolos de casamento
O IC destaca também nesta lista os bolos de casamentos tradicionais chineses. O organismo assinala que, mesmo que a forma das cerimónias de casamento estejam a alterar-se, “os componentes do casamento tradicional chinês continuam bem preservadas, e os bolos de casamento tradicional chinês continuam a ser um dos elementos mais sofisticados das cerimónias, essencial e básico dos casamentos da população de Macau”. “A procura da sociedade por este produto continua consistente e a transmissão da arte da sua confecção mantém-se bem assegurada”, garante o IC.
Massas Jook-Sing
O último item na lista de sugestões do IC para integrar o património cultural intangível é a confecção de massas de Jook-Sing. Estas massas “são um alimento de massa característico de Macau e um elemento gastronómico muito apreciado pelos turistas, cuja técnica de confecção é a sua essência e representa o modo tradicional de confecção de massas de Macau, sendo de importante significado histórico, cultural e de valor económico significativo para o estudo da cultura do consumo de massas e da cultura culinária de Guangdong, de Hong Kong e de Macau”, descreve o IC. In “Ponto Final” - Macau
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