Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Moçambique - Confiança no sector do Turismo em baixa

O indicador de confiança empresarial no sector do Turismo no país, interrompeu uma tendência positiva que vinha-se registando desde o primeiro trimestre do ano passado.

Em causa está o abrandamento na procura deste serviço, em particular, alojamentos, restauração e similares no fecho do primeiro semestre deste 2018. Abril e Junho foram os meses mais negros nesse capítulo.

Em linha com este indicador, a perspectiva da capacidade hoteleira, para os próximos meses, mostra uma tendência de queda, num clima em que também há uma previsão de descida dos preços nesse ramo, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE) no seu indicador trimestral sobre a confiança empresarial na actividade económica do país.

Esta performance negativa do sector de Turismo reflecte a época baixa (estação fria) que é caracterizada pela redução de hospedagens e dormidas no sector hoteleiro, o que leva a redução dos preços do serviço.

Por outro lado, o número de estabelecimentos de alojamento, restauração e similares que enfrentaram alguma dificuldade no seu funcionamento no período em análise, conheceu um crescimento ligeiro entre Abril a Junho passado.

Concretamente, o índice aponta para pelo menos 28 por cento de estabelecimentos que tiveram constrangimentos, percentagem mais alta de uma série trimestral desde o quarto trimestre de 2017.

Os principais factores referidos pelos agentes económicos do sector são a baixa procura (42%), a concorrência (23%) e a falta de acesso ao crédito (9%) e outros factores não especificados (10%) em ordem de importância.

Há anos que o sector do Turismo em Moçambique está em declínio, salve-se o período de 2003 a 2010, altura em que o volume de negócios e de entradas foi alto.

Os desafios são vários, as principais preocupações tem a ver com a estagnação da actividade turística nos últimos três anos e o declínio do turismo de lazer, a procura e a oferta estão distorcidas e altamente concentradas em determinadas áreas, a criação de emprego é baixa em comparação com as boas práticas internacionais e a indústria contínua, em grande parte, não competitiva.

As causas deste fraco desempenho são variadas, desde os altos custos de passagens aéreas e um regime de vistos restritivos, preços altos, má imagem e um fraco posicionamento de mercado, preocupações com o regime de posse da terra, altos níveis de importação, desenvolvimento limitado de atractivos naturais e culturais, poucas estâncias turísticas de alta qualidade, pouca mão-de-obra qualificada na indústria, lacunas em competências e conhecimentos nas instituições do sector público aos níveis central e provincial do turismo e cooperação fraca entre os sectores público e privado.

É neste âmbito, que o Governo, ciente do potencial de crescimento da área do turismo, estabeleceu uma visão ambiciosa para os próximos anos. Edson Arante – Moçambique in “O País”

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