Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 9 de março de 2013

Madeiras

Não há almoços grátis
 
Segundo um estudo (*) da Environmental Investigation Agency (EIA), uma organização independente comprometida com a protecção ambiental contra os abusos e o crime na exploração do meio ambiente, Moçambique está ser vítima do corte ilegal de madeiras, perdendo milhões de dólares que não entram nos cofres do Estado, num país que conforme o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas de 2012, era o quarto mais subdesenvolvido.
 
A Agência de Informação de Moçambique (AIM) informou no passado dia 15 de Fevereiro no portal do Governo de Moçambique que, passo a citar: o Governo chinês ofereceu 500 mil dólares norte-americanos (cerca de 15 milhões de meticais) às populações afectadas pelas cheias em Moçambique. A Embaixada da República Popular da China em Maputo destaca, num comunicado de imprensa, hoje recebido pela AIM, que a decisão foi comunicada ao Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, por Li Chunhua, embaixador chinês acreditado Quinta-feira ultima. Para além desta doação do governo chinês, as empresas deste país asiático que operam em Moçambique juntaram-se a este esforço prestando o seu apoio financeiro e material. Com efeito, o empresariado chinês disponibilizou, até ao momento, um milhão de meticais e mais de dez toneladas de arroz, entre outra ajuda. Os fundos e materiais colectados pelo empresariado chinês serão formalmente entregues através da Câmara de Comércio China-Moçambique. As empresas chinesas em Moçambique continuam a envidar esforços na angariação de mais apoios dentro da sua capacidade, segundo o comunicado em referência.”
 
O relatório da EIA apresentado no seu sítio americano no passado dia 07 de Fevereiro de 2013 em língua portuguesa e inglesa, na sua introdução afirma que as florestas moçambicanas ocupam uma extensão de 51% da superfície do país, na sua maioria nas quatro províncias do norte. As florestas que são proveitosas para a produção madeireira cobrem cerca de 26,9 milhões de hectares, sendo o desmatamento médio anual entre 2005 e 2010, de 211 mil hectares, equivalente a 4,7% do total em apenas seis anos.
 
A análise da EIA aos dados estatísticos oficiais constata que 90% das madeiras exportadas por Moçambique tem como destino a China, sendo madeira em tora e serrada de espécies de 1ª classe, que segundo a lei moçambicana não podem ser exportadas em estado bruto, requerendo um processamento em Moçambique antes de sair do país.
 
O relatório evidencia que grande parte da madeira saída de Moçambique é contrabandeada por empresas chinesas, não aparecendo nos registos oficiais, estimando a EIA que o governo moçambicano tenha perdido em 2012 em impostos não arrecadados, do comércio de madeira para a China, de aproximadamente 29 milhões de dólares, quantia bastante importante para a economia moçambicana, além do crime ambiental, pois o desmatamento da floresta de Moçambique em quantidades acima do aconselhável, está a por em causa o seu futuro.
 
Entretanto, chegam também denúncias da Guiné Bissau onde na região de Quinara estão a operar duas empresas no corte de madeira, uma chinesa e outra gambiana, que aproveitando-se da situação política existente no país, estão a fazer abates abusivos da floresta, pondo em causa o futuro da floresta na região, havendo já sinais de alterações ambientais em certas áreas. Baía da Lusofonia 
 
 
 
 


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