Porto de
Santos: novos acessos
Com o início das obras de construção
do trecho Norte, a implantação do Rodoanel entra em sua fase final. Com 44
quilômetros de extensão, o trecho ligará a Estrada Velha de Campinas, no trecho
Oeste, à via Dutra, chegando ao trecho Leste, que está em construção desde
agosto de 2011. Esse trecho fará a ligação do trecho Sul e do sistema
Anchieta-Imigrantes com as rodovias SP-066 (Itaquaquecetuba-São José dos
Campos), Ayrton Senna e Dutra e tem sua conclusão prevista para o final de
2014. Já o trecho Norte deverá estar concluído em 2016. Isso significa que, a
partir dessa data, o acesso ao Porto de Santos, a partir de qualquer ponto do
Estado e do País, estará mais fácil.
É claro que o Rodoanel concluído será decisivo para o escoamento de cargas entre grandes polos de produção
industrial e agrícola e os principais mercados de consumo. E, por sua
importância estratégica, deverá inaugurar uma fase de crescimento econômico no
País. A questão que fica, porém, é saber se a Baixada Santista estará apta até
lá para suportar o impacto de um volume maior de caminhões nas vias de acesso
ao Porto.
Hoje, a situação já é caótica, com constantes congestionamentos tanto na Margem Direita (Santos) como na Esquerda
(Guarujá). Na verdade, como resultado do crescimento das operações no cais
santista e da falta de investimentos em infraestrutura, os gargalos já começam ao
sopé da Serra do Mar e vão até a área do complexo portuário.
Uma solução para boa parte do
problema pode ser a construção do anel viário na confluência das rodovias
Anchieta, Padre Manuel da Nóbrega e Cônego Domênico Rangoni, cujas obras
tiveram início em fevereiro. Esse anel viário deverá eliminar os
congestionamentos nos acessos ao Polo Industrial de Cubatão, principalmente
porque as obras incluem a duplicação de trecho de oito quilômetros da rodovia
Cônego Domênico Rangoni, do km 262 ao km 270, e faixa adicional do km 270 ao km
274 da rodovia Padre Manuel da Nóbrega. Segundo a Ecovias, as obras deverão
estar concluídas em setembro de 2014, mas o anel viário poderá ser liberado
antes, em março.
Isso, porém, não significa o fim dos
problemas. Há necessidade da construção de novos viadutos e a implantação de
faixas adicionais que facilitem o escoamento de cargas. É preciso transformar
urgentemente a Marginal Sul da Anchieta e a Avenida Bandeirantes em pistas de
apoio à Anchieta e construir, ao final dessa rodovia, um elevado para separar
os veículos pesados dos automóveis, criando uma alça para acesso direto de
caminhões ao Porto.
Já em Guarujá, como mostram os congestionamentos dos últimos dias em razão do escoamento da safra de grãos, há
necessidade de não só intervenções na malha urbana como a implantação de um pátio
regulador para caminhões. Também é necessário que as empresas agrícolas do
Centro-Oeste tenham maior capacidade de armazenamento: não basta carregar os
caminhões e enviá-los diretamente para o Porto, deixando que os veículos façam
as vezes de silos. Milton Lourenço -
Brasil
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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística
Internacional e diretor do Sindicato dos
Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo
(Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de
Cargas e Logística (ACTC). E-mail:
fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br
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