A demora do governo em
lançar licitações para os terminais portuários públicos do país está forçando a
migração, para outros países, de investimentos antes programados para o Brasil.
A APM Terminals, que
movimenta carga em portos e pertence ao conglomerado dinamarquês Maersk, tem
aprovado um plano de investimentos até 2017 de quase R$ 10 bilhões (US$ 2,5
bilhões) para investir na América Latina. Nessa previsão, estão terminais no Brasil, principalmente de contêineres nas regiões Norte e Nordeste.
Eles fazem parte de uma
lista de 160 áreas dentro de portos administrados por estatais que o governo
vem prometendo, pelo menos desde 2012, colocar em leilão – nenhum ainda
marcado.
Enquanto isso, a empresa vai
fazendo aquisições em outras regiões das Américas.
No México, estão sendo
aplicadas US$ 900 milhões (R$ 3,5 bilhões) num novo terminal para transporte de
contêineres em Michoacán.
Em julho, a empresa assinou
contrato para um novo terminal em Cartagena (Colômbia) de US$ 200 milhões (R$
750 milhões).
Na passada terça-feira, 08
de setembro de 2015, foi anunciada a compra pela ATM do espanhol Grup Maritim
TCB, que tem participação em dez terminais na América Latina, entre eles o TCP
(Terminal de Contêineres de Paranaguá) na Paraná.
A APM já vem aplicando
grandes somas de recursos em terminais que administra no Brasil, como o BTP, em
Santos (SP), e o terminal de Pecém (CE), segundo o diretor de Novos Negócios da
APM na América Latina, Julian Fernandez.
Somente no terminal da
capital do Ceará, segundo ele, foram aplicados R$ 60 milhões em novos
equipamentos no ano passado.
Ficando para trás
O maior problema na demora
dos leilões é que os investimentos em outras áreas fora do país vão se
consolidando e, com eles, as rotas dos navios que transportam cargas ao redor
do mundo.
Segundo Fernandez, os
investimentos que vêm sendo feitos em outras regiões não impedirão que a
empresa analise e invista nos terminais no país. “Gostaríamos de ter os editais
para analisar” afirma o executivo.
Para ele, o mais importante
é que os projetos no Brasil, quando saírem, tenham viabilidade econômica e
garantam segurança jurídica para os investidores.
“Se isso estiver garantido,
vamos atrás de recursos para investir”, afirmou.
No entanto, os leilões que
estavam mais adiantados – um grupo de 29 áreas em Santos (SP) e na região de
Belém (PA) – tiveram de ser reestudados. Para o restante das 160 áreas, os
primeiros estudos ainda estão sendo feitos.
A previsão é que os
investimentos para transformar ou ampliar essas áreas cheguem a R$ 12 bilhões.
A Secretaria de Portos
informou, em nota, que foi necessário mudar a forma dos arrendamentos devido a
recomendações do TCU (tribunal de Contas da União) e também para que fosse
possível racionalizar o formato das concorrências.
De acordo com anota, 8 áreas
prioritárias deverão estar prontas para a concorrência ainda neste ano e outras
42 vão ser licitadas até 2016. Dimmi
Amora – Brasil in”Folha de São Paulo”
APM TERMINALS - Empresa
movimenta carga em portos e pertence ao conglomerado dinamarquês Maersk
Número de portos: 70
Países em que atua: 58
Funcionários: 20,6 mil
Receita: US$ 4,5 bi (2014)
Número de contêineres
movimentados (20 pés): 38,3 milhões
Atuação no Brasil:
Porto de Pecem (CE)
Porto de Santos (SP)
Porto de Itajaí (SC)
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