...Derek Taylor não se queixa do
país. “Estou bem. Só espero que a minha saúde não piore.” Não paga taxas
moderadoras nas consultas de urgência ou de rotina, intervenções cirúrgicas ou
internamentos, nem quaisquer medicamentos que lhes sejam prescritos. A cada
Inverno, tem subsídio para pagar o aumento da conta do gás ou da electricidade.
Vivendo em Manchester,
dir-se-ia que só o cansaço o pode impedir de circular. A cada mês, passe
gratuito para quase todos os transportes públicos. Sempre que quiser, entrada
livre em museus, galerias, bibliotecas, piscinas. E que farta que é a agenda
cultural para quem já ultrapassou a barreira dos 65.
Quase todos os autocarros têm
piso rebaixado, rampa, espaço reservado a cadeiras de rodas e a carrinhos de
bebé, motoristas formados para prestar especial atenção a pessoas idosas ou com
mobilidade reduzida. Prevalecem passeios limpos, livres de obstáculos,
reservados a peões, com bermas rebaixadas ao nível das passadeiras, amiúde
assinaladas com marcas antiderrapantes e equipadas com sinal sonoro.
Manchester gaba-se de ser a
melhor cidade para viver sem carro a seguir a Londres – 73% das viagens para a
cidade a cada manhã fazem-se a pé, de bicicleta ou de transportes públicos. Mas
quem carrega tantos anos, como Derek, vê falhas em muito lado: ainda há sítios
perigosos para atravessar, quase não há sanitários públicos, dava jeito ter
mais bancos na cidade para descansar, recuperar forças... Ana Pereira – Portugal in “Jornal Público”
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