BRASÍLIA – No próximo mês, 83
empresas brasileiras estarão na cidade de Colônia, na Alemanha, para participar
da Anuga, a principal feira de alimentos e bebidas do mundo. Segundo estimativa
da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), os
brasileiros devem fechar US$ 1,4 bilhão em negócios durante o evento e nos 12
meses seguintes. O número supera o da edição anterior, quando 73 empresas
geraram US$ 1,1 bilhão em vendas.
A última edição da Anuga,
realizada a cada dois anos, foi em 2013. Este ano, o evento acontecerá entre 10
e 14 de outubro. De acordo com o gerente de Exportação da Apex, Christiano
Braga, durante a feira, os exportadores brasileiros apresentam seus produtos a
potenciais compradores. “As pessoas que trabalham com exportação de alimentos e
bebidas vão a essa feira para descobrir tendências de mercado, seja em
embalagens ou produtos”, afirma.
Segundo ele, a Anuga reúne
representantes de todo o mundo. “Os países com maior representação na última
edição foram Itália, Espanha, China, França e Turquia, mas há compradores de
todas as partes do mundo. É uma grande plataforma”, diz. De acordo com
Christiano Braga, o Brasil se destaca em diversos segmentos do setor de
alimentos e bebidas. “O Brasil é um país que tem uma diversidade muito grande.
Há desde o pão de queijo até produtos em grande escala, como a carne”.
O gerente de Exportações da
Apex não acredita que o momento econômico, com países como a China em
desaceleração, prejudicará o desempenho do setor de alimentos e bebidas. “É um
setor que funciona bem independentemene da crise, mesmo o dos alimentos mais
finos. E você tem aí um câmbio que de certa forma favorece”, afirmou,
referindo-se ao dólar alto. Quando a moeda norte-americana está valorizada, os
produtos brasileiros ficam mais baratos no exterior e as exportações são
favorecidas. Esta semana, o dólar fechou acima de R$ 4 pela primeira vez na
história.
A empresa paranaense Vapza,
especializada em alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor, representará o
Brasil na Anuga. Segundo Luiz Fernando Mion, gerente de Comércio Exterior da
marca, este é o terceiro ano de participação na feira da Alemanha. “A primeira
vez que fomos foi em 2011, para conhecer. Em 2013, tivemos estande pela
primeira vez e este ano será a segunda”, diz. Mion explica que a empresa
exporta sua linha de grãos e carnes para mais de 10 países. No portfólio da
empresa há alimentos tipicamente brasileiros, como feijoada e carne seca
embaladas.
Segundo Luiz Fernando Mion, o
dólar valorizado não é inteiramente benéfico para os exportadores, já que
muitos precisam importar os insumos para fabricar seus produtos e acabam
pagando mais caro quando a moeda norte-americana está em alta. No entanto, ele
acredita que o setor deve aproveitar o momento para conquistar mercados. “É uma
ajuda momentânea. Lógico que tem que aproveitar para aumentar a
competitividade. Mas, pelo bem do Brasil, o dólar deve cair”, disse.
As empresas que participarão
da Anuga ficarão distribuídas em pavilhões de acordo com os tipos de produtos:
lácteos, bebidas, alimentos e carnes. Segundo a Apex, dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que o Brasil
exportou US$ 96,7 bilhões em produtos do agronegócio em 2014. O valor
representa 42,9% dos US$ 225,1 bilhões exportados no ano passado. Também
segundo informações do Mdic, o país exportou US$ 24,1 bilhões em produtos
alimentícios em 2014, o equivalente a 10,72% do total vendido no período. Mariana Branco – Brasil in
“Agência Brasil”
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