Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Casamansa – Conversações no seio do Movimento das Forças Democráticas de Casamansa

Bissau – As discussões em curso no seio do Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC), para permitir que as suas diferentes facções unificassem posições para uma eventual negociação com as autoridades senegalesas começam a dar frutos, disse Robert Sagna, coodenador do Grupo de Reflexão para a Paz em Casamansa (GRPC).

“Os diferentes chefes rebeldes estão hoje muito avançados nessas conversações, devendo proceder o que eles chamam de “concertação inter-MFDC”, declarou Sanhá à estação privada, Rádio Futuro Medias (RFM).

Segundo o antigo presidente da Câmara Municipal de Ziguinchor, os esforços dos responsáveis das diferentes facções do MFDC, “estão em vias de trazer os seus frutos” mesmo se Salif Sadjo, considerado o chefe da ala radical da rebelião não está, por enquanto, implicado nas conversações.

O coordenador do Grupo de Reflexão para a Paz em Casamansa diz que a iniciativa global é necessária para se ver a rebelião falar numa única voz, para que as decisões que venham a ser tomadas numa eventual negociação com as autoridades de Dakar possam contar com o engajamento de todas as facções.

Robert Sagna referiu que a maioria dos chefes das facções do MFDC estão em contacto permanente e aguardam que Salif Sadjo se junte ao grupo, abrindo-se ao diálogo e a paz, pois será bem-vindo.

Disse que os membros GRPC devem ser considerados como facilitadores e não mediadores.

A imprensa senegalesa, citando o correspondente da RFI em Bissau, Allen Yoro Embalo, jornalista que ultimamente tem falado com Salif Sadjo, refere que o chefe rebelde estará pronto para negociar a paz em Casamansa mas que, para isso, “quer um mediador credível”.

O MFDC iniciou a rebelião em 1982 reclamando a independência de Casamansa, a parte Sul do Senegal constituida por Kolda, Sedio e Ziguinchor.

O grupo intensificou a violência em 1990 tendo sido as populações as principais vítimas, mas a tensão baixou na região em 2000.

Os confrontos entre militares senegaleses e os combatentes do MFDC deram, desde 2012, lugar à uma certa acalmia que permitiu o regresso dos refugiados à Casamansa, outrora considera celeiro do Senegal, e o relançamento, ainda que lentamente, da economia na região. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

Sem comentários:

Enviar um comentário