Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Portugal - Quotas de mercado nas importações de mercadorias nos PALOP (2012 a 2016)

1 - Nota introdutória

Pretende-se aqui analisar a evolução das quotas de mercado de Portugal nas importações de mercadorias nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ao longo dos últimos cinco anos, bem como o ritmo da variação nominal anual dos fornecimentos de mercadorias portuguesas face à evolução das importações globais, no seio de cada um dos mercados.

Metodologia:

Para as importações globais nos PALOP foi principalmente utilizada a base de dados do International Trade Centre (ITC), que contém por sua vez informação calculada a partir da base Comtrade, da ONU.

Os dados ITC de 2016 para Cabo Verde correspondem a informação fornecida pelo seu Ministério do Turismo, Indústria e Energia, e os de Moçambique, para o mesmo ano, têm origem no Instituto Nacional de Estatística do país.

Nos casos em que não está disponível informação do país, o ITC efectuou cálculos a partir de dados reportados pelos parceiros comerciais (mirror data), como foi o caso de Angola e S.Tomé e Príncipe, em 2016, e da Guiné-Bissau em todos os cinco anos.

Existem divergências por vezes consideráveis, com causas diversas, entre os dados das importações nesses mercados com origem em Portugal, quando de fonte ITC, e os correspondentes dados da exportação portuguesa de fonte INE, depois de convertidos a valores CIF por aplicação de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533), razão por que, visando uma maior aproximação à realidade, se utilizou para Portugal a base de dados do INE.

2 - Principais fornecedores dos PALOP em 2015

De acordo com dados de importação veiculados pelo ITC para todos os países com excepção da Guiné-Bissau, em que se utilizou, por indisponível nessa fonte, o Alas OEC (Observatory of Economic Complexity), Portugal ocupou em 2015 a primeira posição entre os cinco principais fornecedores de mercadorias de Cabo Verde (43,5% do total), da Guiné-Bissau (28,8%) e de S.Tomé e Príncipe (58,6%), o segundo lugar em Angola (14,6%), depois da China (16,9%), e a quarta posição em Moçambique (5,8%), precedido da África do Sul (30,1%), da China (12,5%) e dos Países Baixos (7,3%).

Utilizando-se para Portugal a base de dados do INE, estas percentagens são próximas, à excepção de S.Tomé e Principe: Angola é coincidente, Cabo Verde 41,2% em lugar de 43,5%, Guiné-Bissau 29,0% em vez de 23,7%, Moçambique 5,2% em lugar de 5,8% e S.Tomé e Príncipe 47,2% em vez de 58,6%.


3 – Peso dos PALOP na exportação portuguesa

Os cinco países africanos que integram os PALOP representavam 27,6% das exportações portuguesas para o conjunto dos países terceiros em 2012 e 8,0% das exportações globais.

Estas percentagens desceram respectivamente para 17,0% e 4,2% em 2016, quebra devida principalmente ao comportamento do mercado angolano que, representando mais de 80% do total das exportações portuguesas para o conjunto dos PALOP de 2012 a 2014, viu o seu peso descer para 70,9% em 2016.


Moçambique e Cabo Verde foram no período em análise os países que maior peso detiveram nas exportações depois de Angola, tendo Cabo Verde ultrapassado Moçambique em 2016, representando estes países neste ano respectivamente 12,2% e 10,1% no total dos PALOP.

4 – Variação nominal anual das importações nos PALOP,
      globais e originárias de Portugal
      - Quotas de mercado

Em Angola, Cabo Verde e S.Tomé e Príncipe, o ritmo de variação nominal das suas importações com origem em Portugal ao longo dos últimos cinco anos (2012=100), foi sempre superior ao das importações globais.

Já na Guiné-Bissau e em Moçambique se verificou a situação inversa, com o ritmo de Portugal neste período sempre inferior ao da variação global.



As maiores quotas de mercado de Portugal nos PALOP incidiram em Cabo Verde e S.Tomé e Príncipe e as menos expressivas em Moçambique.

Um trabalho de Walter Anatole Marques -  walter@anatolemarques.com 



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