O restaurado Jardim Botânico
do Palácio Nacional de Queluz, será inaugurado a 5 de junho, pelas 16h, com a
presença da secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação
da Natureza, Célia Ramos.
A reabilitação deste espaço, a
cargo da Parques de Sintra, faz parte do projeto global de recuperação dos
Jardins e do Palácio Nacional de Queluz e tinha como premissa restituir o
traçado da cartografia de 1865. A obra representou um investimento de 815 mil
euros.
O Jardim Botânico do Palácio
Nacional de Queluz foi construído entre 1769 e 1780, sendo contemporâneo das
grandes realizações setecentistas do período barroco-rococó nos Jardins de
Queluz. “De pequena escala, quando comparado com outros jardins botânicos desta
época, Queluz assume uma natureza de entretenimento e recreio”, informa uma
nota divulgada pela Parques de Sintra, empresa pública que gere o património
natural e cultural da Paisagem Cultural de Sintra e em Queluz.
O Jardim foi perdendo a sua
função original e em 1940 acabou transformado num roseiral. Em 1984, na
sequência das cheias do ano anterior, o jardim teve que ser desmontado e
transformado numa área ampla para picadeiro da Escola Portuguesa de Arte
Equestre. Em 2012 a Parques de Sintra iniciou o processo de investigação
histórica e arqueológica que possibilitou o restauro do Jardim. “O projeto
ganhou ânimo com a descoberta e identificação de diversas cantarias - das
fundações das estufas, do lago central e de estatuária - que tinham sido
desmontadas em 1984 e entretanto integradas, ou esquecidas, noutros pontos dos
Jardins de Queluz”, revela na mesma nota.
Regressam
os ananases produzidos em tempos para os banquetes...
A recuperação fez regressar as
quatro estufas, incluindo a incorporação das cantarias originais das fundações,
de acordo com a interpretação dos desenhos históricos. Foram restauradas as
balaustradas que delimitam os diferentes espaços do Jardim, os alegretes e
respetivos bancos e painéis de azulejos, as cantarias do lago central e a
estatuária, “com vista à restituição do desenho oitocentista do Jardim”.
Sobre os caminhos em saibro
granítico foram instaladas infraestruturas de abastecimento de água, drenagem,
energia e comunicações. “Esta rede de caminhos delimita 24 canteiros,
representando os espaços necessários às plantações representativas das 24
ordens de plantas de Carlos Lineu - botânico, zoólogo e médico sueco que
classificou hierarquicamente as espécies de seres vivos. Nas bordaduras dos
canteiros foram plantadas aproximadamente 10 mil plantas de murta”, informa
ainda a Parques de SIntra.
O Index de Manuel de Moraes
Soares datado de 1789, que reúne as espécies existentes na época no Jardim
Botânico de Queluz, serviu de base para a constituição da coleção botânica. A
partir desta listagem foram contactadas várias instituições a nível mundial que
forneceram plantas e sementes. No interior das estufas, e de acordo com os
registos históricos encontrados, foram plantados ananases, produzidos em tempos
para os banquetes de Queluz. In “Mundo Português” - Portugal
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