O secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura, Alexis Tam, reuniu-se na segunda-feira com o presidente da
Câmara do Porto e “amigo de Macau”, Rui Moreira, com o autarca a admitir querer
“aprofundar as relações” entre as duas cidades, geminadas desde 1991.
A visita de Alexis Tam ao
Porto surgiu no âmbito das celebrações dos 40 anos do retomar das relações
diplomáticas entre Portugal e a China e, após a reunião bilateral, seguiu-se
uma actuação cultural desempenhada pela delegação de Macau, composta por alunos
de 16 escolas, desde um grupo de artes marciais até um grupo de ópera chinesa
de Cantão, com o objectivo de fazer “actuações no Porto”, algo que Alexis Tam
considerou ser “uma grande honra”.
“Este ano é importante para a
China e Portugal, porque se celebram 40 anos do estabelecimento da boa relação
diplomática entre a China e Portugal. Para nós, a amizade já existe há muitos
anos. Por exemplo, Macau e o Porto têm uma amizade, é uma cidade geminada desde
1991 e, para nós, esta amizade é preciosa. Utilizando a expressão portuguesa de
quanto mais velho é o vinho, melhor é. Com a amizade é igual”, afirmou à Lusa.
O responsável revelou ainda
que os temas abordados na reunião com Rui Moreira foram “a cooperação e o
futuro na área do turismo, porque Macau e Porto são cidades turísticas, também
Património Mundial da Unesco”, admitindo que ainda se podem “desenvolver as
áreas do turismo, atividades culturais, assim como a educação, saúde e
desporto”.
Já o autarca portuense indicou
que “a visita ainda está a decorrer” e que haverá uma nova conversa, mas
sublinhou a utilidade da reunião que serviu para “discutir agendas comuns” que
existem há muitos anos, “nomeadamente na área do turismo e cultura”. “A visita
do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal foi um momento único que vai ser
replicado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na visita à
China [em Abril] e que irá passar por Macau. Tudo isto tem contribuído para
esta afirmação que existe de Portugal na China, em Macau, em particular”,
revelou Rui Moreira.
Considerou ainda que, a “velha
aliança com Macau”, tem aberto as portas do Porto para a China, com “protocolos
importantes de colaboração com Shenzhen que só foram possíveis através da
mediação de Macau” e que são “importantes para a região”, porque se abrem
“novas perspectivas” às universidades e trabalhadores portuenses. “Gostava que
esta relação pudesse ser mais aprofundada na parte da cultura. Hoje tivemos uma
actividade cultural interessante. Na parte da educação, gostava que fossem feitas
mais coisas, espero que haja essa abertura e é isso que vamos falar logo à
noite”, admitiu o presidente da câmara.
Para o autarca, os benefícios
que o Porto colhe da relação com Macau têm a ver com o turismo, visto que o
território chinês “é um ponto de promoção do Porto como cidade geminada”,
explicando que essa presença portuense se transmite, “não só no mercado
macaense, mas também para os mercados limítrofes, numa zona da China que é a
mais rica do país”.
“Aproveitando também a
presença do Presidente da República de Portugal em Macau, gostaria que
levássemos alguma coisa no plano cultural. Estivemos em Pequim, no dia 10
Junho, com a Orquestra Barroca da Casa da Música, foi um extraordinário
sucesso, teve um impacto incrível e gostava que alguma coisa fosse feita mais
no âmbito dos jovens, gostava de levar lá a Orquestra Juvenil da Bonjóia para
retribuir esta visita aqui”, finalizou o autarca, referindo-se à comitiva
macaense. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário