A Mota-Engil ganhou o concurso
para a construção da linha férrea entre Moatize e Macuse, e do porto de Macuse,
em Moçambique, em parceria com a chinesa CCEC, adiantou ao Transportes & Negócios
José Pires da Fonseca, presidente da concessionária responsável pelo
desenvolvimento do projecto.
A parceria entre as
construtoras portuguesa e chinesa é “50/50″, sendo que a CCEC é “uma das
maiores construtores mundiais”, acrescentou o dirigente da Thai Moçambique
Logística (TML).
O investimento previsto ronda
os 2,3 mil milhões de dólares. O financiamento da obra será “assegurado
integralmente pela concessionária”, com base em
“contratos de logística a serem assinados com as grandes mineradoras da
região de Tete, entre elas as indianas Jindal, JSW e ICVL”, referiu o português
que há três anos trocou a Rio Tinto pela Thai Moçambique.
A nova linha ferroviária terá
uma extensão de cerca de 500 quilómetros, entre a região carboníferia de
Moatize, na província de Tete, e a zona de Macuse, na província da Zambézia. O
novo porto terá capacidade para receber navios de 80 mil toneladas.
Para Pires da Fonseca, “este
projecto permite colocar definitivamente Moçambique na rota do mercado
internacional do carvão para siderurgia e térmico”.
A concessão do também
conhecido por Corredor da Zambézia foi decidida ainda no final de 2013. A
concessionária “é detida maioritariamente pela tailandesa Italian Thai
Development Company, a maior construtora asiática”. Os Caminhos de Ferro de
Moçambique (CFM) detêm 20%, em representação do Estado, e a empresa local
Codiza os restantes 20%.
Os últimos três anos, recorda
José Pires da Fonseca, foram dispendidos em “estudos de impacto ambiental e
social” além do desenvolvimento “da solução técnica para a construção de tão
complexo projecto”.
A nova linha complementará, e
servirá de alternativa, às existentes linhas da Nacala e do Sena para o
escoamento do carvão de Tete.
Pires da Fonseca iniciou o seu
percurso profissional na CP, tendo chegado a liderar a CP Carga, de onde saiu
para criar a Takargo, o primeiro operador privado português de transporte
ferroviário de mercadorias. Em meados de 2011 assumiu a liderança das operações
ferroviárias da então Veolia Transdev na Península Ibérica. Um ano volvido,
regressou às mercadorias, em Moçambique, dirigindo os projectos ferroviários da
Rio Tinto, onde se incluia já este projecto de Macuse, então considerado
estratégico para o gigante mineiro. Em 2014, o português tornou-se CEO da Thai
Moçambique Logística. In “Transporte & Negócios” - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário