Realiza-se a 01 de abril de
2017 o III Encontro Minho-Galiza, desta vez no Auditório de Goián, em Tominho,
na Galiza. Nesta edição o mote do debate será a música e as palavras que ela
transporta para a interculturalidade e para a identidade da língua. Vai contar
com a participação de representantes reconhecidos da intervenção,
composição/interpretação musical popular e contemporânea de cada um dos países,
entre outros: Pedro Abrunhosa e Ses (Maria Xosé Silvar).
O III Encontro irá
desenrolar-se em dois painéis de debate, com convidados e moderadores (ver
anexo): o da manhã incidirá sobre a música popular e tradicional; e o da tarde
sobre a música contemporânea. Ao longo do dia haverá vários apontamentos
musicais, a começar pela anfitriã Banda da Escola de Música de Goián, além de
outras surpresas.
O objetivo dos mentores do
projeto cultural Encontro Minho-Galiza é o de provocar o contacto entre pessoas
das duas regiões, a partir de um mote – o teatro, o cinema, a música…– que
despolete o debate e contribua, por pouco que seja, para o reconhecimento
mútuo. É que, se excetuarmos as ligações entre algumas populações raianas,
persiste um atavismo, inculcado secularmente, na senda da política das “costas
voltadas” entre os povos dos dois lados do rio Minho. Não admira, por isso, que
ambos não se reconheçam como fazendo parte de um património cultural e linguístico
que tem muito em comum, malgrado o pressintam sempre que se encontram.
É verdade que o contacto entre
as gentes do Minho e da Galiza tem aumentado; que têm sido dados alguns passos
institucionais nesse sentido, embora tímidos. Mas a consciência coletiva
mantém-se ainda presa a estereótipos sedimentados; à sociedade civil cabe fazer
algo mais para ultrapassá-los. E este Encontro tenta fazê-lo.
Nas edições anteriores:
O I Encontro aconteceu em
Braga, com o apoio imediato do Centro de Estudos Galegos (CEG) da Universidade
do Minho (UMinho). Foi numa Oficina de Teatro Galego, que se reuniu, durante
dois dias, no salão da Junta de Freguesia da Sé, um grupo de pessoas, à volta
da palestra e oficina, prestada pela atriz e dramaturga galega Vanesa Sotelo.
Do debate e dos exercícios teatrais, resultou o conhecimento dessas pessoas
acerca da existência e da pujança do teatro na Galiza, assim o lançamento de
pontes entre os presentes, incluindo a formadora, que perduram.
No II Encontro, realizado na
Casa Museu de Monção, além do CEG, juntou-se à organização o estrado em
Comunicação, Arte e Cultura (MCAC) e o Centro de Estudos em Comunicação e
Sociedade (CECS) da UMinho. Aproximamo-nos do rio Minho, tentando atrair
interessados de ambas as regiões. Desta vez discutimos o poder do cinema e do
audiovisual na interculturalidade. Cerca de sessenta pessoas, onde não
abundavam galegos ou galegas, ouviram e conversaram durante um dia, com Nelson
Zagalo, investigador em Media Interativos, da UMinho; Manolo González,
documentarista, da Associação Galega do Audiovisual; e com Diana Gonçalves,
documentarista Luso-Galega. O resultado foi idêntico ao do Encontro anterior,
só que um pouco mais consolidado e a pedir continuidade.
Daí que, nesta terceira
edição, com a Música como tema, ousássemos dar mais um passo, seja na direção
da Galiza, seja na escolha dos convidados. Mantendo o apoio das mesmas
instituições da UMinho, assim como, desde sempre, da Xunta de Galícia e da
Rádio Universitária do Minho, junta-se, pela segunda vez, a Radio Municipal de
Tui e, este ano, o Concello de Tomiño e a Paróquia de Goián, que nos recebem
gentilmente no seu auditório.
As expectativas acerca do
contributo destes Encontros Minho-Galiza para o reconhecimento entre os povos
das duas regiões são modestas. Pretendem ser apenas ser uma pequena semente, na
convicção de que é possível mais se outros se lhe juntarem. In “Palavra
Comum” - Galiza
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