SÃO PAULO – Sem muito espaço para
crescer, exceto se for em direção ao mar com a construção de plataformas offshore, o porto de Santos, para
continuar competitivo e garantir a posição de principal hub port (concentrador de cargas) do País e da América Latina, precisa
continuar investindo não só na aquisição de equipamentos modernos como na
ampliação e aperfeiçoamento de sua infraestrutura logística, interna e
externamente. Isso significa estar preparado para receber supercargueiros de
contêineres e aumentar os números de sua movimentação, o que dependerá
obviamente de maiores facilidades de fluxo para o transporte por rodovia,
ferrovia, hidrovia e cabotagem.
De imediato, parece claro que o porto
necessita de novo acesso à margem direita, na entrada da cidade, que hoje
apresenta infraestrutura viária deficiente e arcaica, como ficou demonstrado há
um ano, à época do incêndio nos tanques do terminal da Ultracargo, no Polo
Industrial da Alemoa. Como se sabe, com o incêndio, o acesso de caminhões à
entrada da cidade e ao local ficou bloqueado por vários dias, ocasionando
sensíveis prejuízos às empresas que atuam no porto. Segundo contrato firmado
pela Prefeitura santista, a empreiteira concluirá as obras da primeira etapa
das intervenções previstas para a entrada de Santos (pela via Anchieta) até o
dia 13 de maio de 2018.
Também seria fundamental que a União concordasse
com a ocupação da área continental do município, especialmente com a
transferência para a outra margem dos terminais que operam granéis sólidos de
origem vegetal no Corredor de Exportação, na Ponta da Praia. Isso evitaria que os moradores das vizinhanças
viessem a sofrer as consequências da emissão de partículas e do odor que
resultam da armazenagem e da movimentação de grãos e farelo nos terminais, além
da poluição sonora e da ameaça de algum surto epidêmico em função da sujeira provocada
por caminhões que costumam derramar resíduos que atraem roedores, pombos e
insetos transmissores de doenças.
Em Guarujá, a margem esquerda do
complexo portuário, favorecida com a construção da primeira etapa da Avenida
Perimetral, aguarda a complementação da segunda fase dessa via, que ligará o
porto diretamente à rodovia Domenico Rangoni e ao complexo Anchieta-Imigrantes,
além da construção de um pátio regulador de veículos pesados.
Já Cubatão espera da Secretaria de
Portos (SEP) a aprovação do projeto do Centro de Apoio Logístico e Portuário
(Calp), que será fundamental para o reordenamento de cargas. A Prefeitura local
reivindica também a construção de uma via expressa que una as duas margens do
complexo, a chamada Via Arterial Porto-Indústria, que impedirá que o trânsito interno
no município seja afetado pelo tráfego em direção ao porto, especialmente em
épocas de intensa movimentação de cargas.
Se todas essas obras saíssem logo dos
computadores, com certeza, o futuro do Porto de Santos seria mais promissor. Milton Lourenço – Brasil
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Milton Lourenço é presidente da Fiorde
Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos,
Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da
Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística
(ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br
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