Nos primeiros quatro meses do
ano, o porto de Lisboa perdeu mais de um milhão de toneladas, ou 30% do total,
em termos homólogos, de acordo com os dados provisórios disponibilizados pela administração
portuária. Em Maio arrisca ser ultrapassado por Setúbal.
Desde o início do ano e até ao
final de Abril, o porto da capital movimentou cerca de 2,6 milhões de
toneladas, valor que compara com os perto de 3,8 milhões de toneladas
processados no primeiro trimestre do ano transacto.
A quebra da actividade foi
particularmente sentida na carga contentorizada, que afundou 38%, tendo passado
de 1,7 para um milhão de toneladas. A movimentação de granéis sólidos cedeu
22%, de 1,5 para 1,2 milhões de toneladas. E os granéis líquidos ficaram-se nas
333 mil toneladas, contra 467 mil há um ano.
No que toca à movimentação de
contentores, e sempre considerando os dados não consolidados da APL, no
primeiro trimestre passaram pelo porto da capital 100 077 TEU, quando no mesmo
período de 2015 se contaram 161 870. Os terminais de Alcântara e Santa
Apolónia, os maiores, foram os mais castigados. A quebra de actividade atingiu
os 47% na Liscont e chegou aos 40% na Sotagus.
Greve
com efeitos antecipados
A greve dos trabalhadores
portuários só arrancou, recorde-se, a 20 de Abril mas os seus efeitos começaram
a sentir-se antes, desde que o pré-aviso foi tornado público, com os armadores
e carregadores a procurarem de imediato alternativas.
De resto, o clima de confiança
dos operadores económicos no porto de Lisboa está há muito minado, o que
explica que, mesmo quando cresceu, nos últimos tempos, o porto da capital
manteve-se em níveis de actividade “historicamente” baixos como várias vezes
foi sublinhado pelos relatórios sectoriais do IMT.
Setúbal
ultrapassa Lisboa
A manter-se esta situação, é
cada vez mais provável que ainda neste mês de Maio Lisboa seja ultrapassada por
Setúbal no ranking dos portos nacionais.
No final de Abril, o porto
ainda liderado por Vítor Caldeirinha superou os 2,5 milhões de toneladas
(depois de ter feito 750 mil só naquele mês), ficando já muito perto de Lisboa,
a avaliar pelos números provisórios.
Importa sublinhar, porém, que,
mesmo a cair, e muito, Lisboa continua à frente de Setúbal na movimentação de
contentores, uma vez que na foz do Sado “apenas” se contaram perto de 29 mil
TEU nos primeiros quatro meses do ano (com um crescimento homólogo de 42%). In “Transportes
& Negócios” - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário