Estão
abertas as inscrições do Festival de Música e da Mostra de Poesia da Reforma
Agrária. Serão selecionados 60 poemas para integrar um livro, os quais serão
recitados durante o Festival Nacional. Já o Festival de Música selecionará 40
canções inéditas, que serão apresentadas no evento.
“Pátria Amada do
Brasil,
De quem és mãe gentil?
Eu insisto em
perguntar:
Dos famintos das
favelas,
Ou dos que desviam
verbas
Pra champagne e
caviar?”
(Procissão de
Retirantes, de Pedro Munhoz)
Assim questionava a canção
“Procissão dos Retirantes”, vencedora do 1º Festival da Reforma Agrária,
realizado pelo MST em 1999, em Palmeira das Missões (RS). Dezessete anos
depois, o movimento decide lançar o Festival Nacional de Arte e Cultura da
Reforma Agrária, de 20 a 24 de julho de 2016, em Belo Horizonte.
Dentre as atrações, estão o
segundo Festival de Música “Da luta brotam vozes de liberdade” e a primeira
Mostra de Poesias, com o tema “Versando a Luta”. Ambos com inscrições abertas
para integrantes do movimento, amigos e artistas profissionais, até o dia 17 de
junho.
A decisão de ampliar o
festival decorre das discussões do Coletivo Nacional de Cultura junto ao MST,
compreendendo que o cultivo da vida, da resistência e da luta pela terra fez
brotar manifestações artísticas das mais variadas linguagens.
Dentre elas, a poesia se
destaca. Segundo Luana Silva, militante do Coletivo Nacional de Cultura, “não
há um rincão deste país, um assentamento ou acampamento, em que não se produzam
poemas, em que a palavra não seja utilizada em versos como barricadas”.
Ela ressalta que os poemas
são, junto com as músicas, parte das místicas e do dia a dia da organização.
“Na rotina de reuniões diárias dentro do movimento, as poesias são tão comuns
como o café na mesa dos mineiros. Elas abrem e fecham discussões, animam nossa
ação, denunciam e criticam momentos, processos, recontam a história... Por
isso, essa prática precisa ser valorizada”, explica Luana.
Da Mostra, serão selecionados
60 poemas para integrar um livro, os quais serão recitados durante o Festival
Nacional. Já o Festival de Música selecionará 40 canções inéditas, que serão
apresentadas no Festival. Desta, 20 farão parte de um CD e um DVD, que será
gravado durante as apresentações na capital de Minas Gerais.
Segundo o regulamento, para se
inscrever é preciso apenas que as poesias e canções tenham relação com a
realidade do movimento e temas da atualidade, como a reforma agrária, a
democracia, a produção, a violência no campo e a busca por justiça. E como já
disse o poeta:
“Há momentos na história
Em que todas as vitórias
Parecem fugir da gente
Mas vence quem não desanima
E busca em sua auto-estima
A força pra ser persistente
Regando o deserto da consciência
Um novo ser nasceu,
É hora de ir em frente companheira e companheiro
Vocês são os guerrilheiros
Que a história nos deu.”
Confira o Especial do Festival clicando aqui
Festival
Nacional
O Festival Nacional será um
grande convite à sociedade para conhecer de perto o movimento. O evento surge
da necessidade de popularizar a pauta da Reforma Agrária, para que as cidades
entendam a importância da democratização das terras na produção de alimentos
saudáveis, além de contrapor a difamação que a mídia pratica sobre o MST e o
ódio que se alastra como epidemia na atual conjuntura.
Serão atrações variadas, como
a instalação de um acampamento de lona preta para visitação no centro de Belo
Horizonte, a mostra de vídeos e artes plásticas, debates, shows e
personalidades convidadas nacionais e internacionais.
A Feira da Reforma Agrária
trará mais de 200 toneladas de produtos das áreas do movimento, tanto “in
natura”, quanto agroindustrializados. A Feira Gastronômica terá os pratos
típicos de todas as regiões brasileiras, como pato no tucupi, bode assado,
arroz com pequi, churrasco, o tradicional tropeiro mineiro, entre outros.
Assim, os participantes terão
oportunidade de vivenciar a cultura da luta pela terra e toda riqueza cultivada
no campo brasileiro. “Não queremos que seja um festival do MST, queremos que
seja um festival dos povos deste país”, afirmou Ênio Bohnenberger, da
Coordenação Nacional. Geanini Hackbardt –
Brasil in
“Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra”
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