SÃO PAULO – Embora não se saiba se a
longo prazo o Porto de Santos terá capacidade para receber supercargueiros, a curto e médio prazo, não há dúvida que
continuará a ser o principal complexo portuário do País, hoje responsável pela
movimentação de 25,6% do comércio exterior brasileiro. Por isso, são
fundamentais as obras que se projetam para dar ao porto a infraestrutura
necessária para acabar ou minimizar os problemas de acesso e operação
portuária.
É de se ressaltar que estão em
execução as obras de reforço do Cais de Outeirinhos, com conclusão prevista
para julho de 2015. Em junho de 2014, foram entregues os primeiros 512 metros , mas ainda
faltam 800 metros .
Essa obra permitirá a atracação de até seis navios de cruzeiro no local.
As demais obras de reforço irão
beneficiar diretamente as operações de carga e descarga, incluindo o trecho que
vai do Armazém 12A ao Armazém 23. Também o cais da Ilha Barnabé receberá obras
de recuperação que vão permitir a atracação de navios de maior comprimento.
Hoje, embarcações de até 336
metros podem trafegar em tese no canal do estuário, mas
a Praticagem defende que seja estabelecido um limite de até 266 metros de
comprimento. Isso mostra que o Porto, mesmo com obras de aprofundamento do
calado, dificilmente, terá condições de receber os navios Post-Panamax.
É de se observar também que estão em
fase de conclusão obras de reforço do píer da Alemoa e do píer do Terminal de
Granéis Líquidos da Alemoa. Na área seca, há necessidade de se concluir as
obras da Avenida Perimetral, nas duas margens do Porto. Em Santos, falta
remodelar a Avenida Mário Covas, entre o Canal 4 e a Ponta da Praia, com a
construção de um viaduto no Canal 5, além de concluir a reforma do trecho entre
a Alemoa e o Saboó, local de grande circulação de caminhões e carretas.
Em Guarujá, na margem esquerda,
espera-se que até abril esteja concluída a segunda fase da Avenida Perimetral,
com a construção de duas pontes – uma convencional e outra estaiada. É de se
lembrar que em janeiro foi inaugurada uma alternativa ao trânsito na Rua
Idalino Piñez, mais conhecida como Rua do Adubo, com a construção pela
iniciativa privada de um acesso em áreas de duas empresas portuárias. Cerca de
1,2 mil veículos por dia vêm utilizando o novo acesso, o que equivale a 30% do
movimento local.
As empresas construíram esse acesso
para reduzir os prejuízos causados pelos congestionamentos durante o período de
escoamento da safra agrícola e, obviamente, pela lentidão e incapacidade do
poder público em resolver o problema, o que se evidencia também na questão do
Mergulhão, passagem subterrânea da Avenida Perimetral, no centro de Santos,
cujo projeto já começa a se envelhecer sem nunca ter saído do papel. Milton Lourenço - Brasil
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Milton Lourenço é presidente da Fiorde
Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos,
Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da
Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística
(ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br.
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