Caos
logístico: o tamanho do prejuízo
Finalmente, a
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) tomou uma decisão que pode
colocar um fim nos congestionamentos provocados pelo excesso de caminhões nas
rodovias que levam ao Porto de Santos. Segundo a estatal, os terminais
portuários serão obrigados a condicionar a expedição de documentação fiscal ao
prévio agendamento do embarque de cargas.
Dessa
maneira, os caminhões que transportam produtos para o Porto terão de sair de
sua origem, nas regiões agrícolas, já com a identificação visível do terminal
de destino. Obviamente, essa exigência dificilmente será cumprida se não houver
um policiamento mais eficiente do que aquele que se vê atualmente, além da
colaboração de todas as partes envolvidas nas operações de embarque das safras
agrícolas.
Nunca é
demais repetir que o nó logístico criado com o escoamento das safras pelas duas
margens do Porto vem acarretando sensíveis prejuízos à indústria e à população.
Levantamento feito pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)
mostra que os congestionamentos em seis meses causaram prejuízos avaliados em
R$ 1,2 milhão às empresas do Polo Industrial de Cubatão. O cálculo leva em
conta que, para compensar a ausência ou atraso de funcionários que ficam
retidos no trânsito, as empresas tiveram de pagar 62.493 horas-extras. A isso devem
ser acrescentadas as perdas com o atraso no recebimento de mercadorias.
Na verdade,
esses detalhes são apenas os mais visíveis. É preciso levar em consideração
também que os congestionamentos favorecem a ocorrência de acidentes nas
rodovias, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores bem
como stress a todos aqueles que são obrigados a permanecer de duas a quatro
horas presos no trânsito.
Para piorar,
o governo do Estado hesita em implantar pátios reguladores nas regiões do
Planalto de São Paulo, ao longo do Rodoanel. Com isso, Cubatão vem sofrendo as
conseqüências da sobrecarga que há em seus dois pátios reguladores de caminhões
que se destinam à margem esquerda do Porto de Santos, que fica em Guarujá.
De fato,
Cubatão, encravado entre as quatro principais rodovias da região, é o município
que mais sofre as conseqüências dos gargalos no acesso às vias portuárias.
Esses prejuízos incluem não só a perda de qualidade de vida por parte da
população como queda na arrecadação municipal. Portanto, a Secretaria Especial
de Portos (SEP) também precisa se mobilizar para encontrar logo uma saída para
esse caos logístico. Afinal, o futuro do Porto passa por Cubatão, o município
da região que mais oferece áreas livres para a instalação de terminais
portuários privativos e de estaleiros para a indústria naval. Milton Lourenço - Brasil
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Milton
Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos
Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo
(Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de
Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site:
www.fiorde.com.br.
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