Comércio
Internacional – CPLP e Portugal
A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi criada em 17 de
Julho de 1996 como fórum multilateral privilegiado para o aprofundamento da
amizade mútua e da cooperação entre os seus membros, com os seguintes
objectivos gerais:
- Concertação
político-diplomática entre os seus Estados-membros, nomeadamente para o reforço
da sua presença no cenário internacional;
- Cooperação em todos
os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura,
administração pública, comunicações, justiça, segurança pública, cultura,
desporto e comunicação social;
- Materialização de
projectos de promoção e difusão da língua portuguesa.
Foram países fundadores Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002, após a independência,
Timor-Leste foi também integrado na Comunidade. Em 2006 foram admitidos como
observadores associados a Guiné Equatorial e as Maurícias, e em 2008 também o
Senegal.
Disseminada por quatro continentes, a CPLP estende-se por mais de 10,7 milhões
de quilómetros quadrados (cabendo cerca de 80% desta área ao Brasil), com uma
população que se aproximava em 2010 dos 250 milhões de habitantes.
As trocas comerciais entre os membros da Comunidade são
em geral ainda pouco expressivas, sendo certo que constituem um vector da maior
importância não só para o desenvolvimento económico de cada um dos parceiros
mas também uma das vias para o aprofundamento dos laços de cooperação nos mais
diversos domínios.
Ainda recentemente no Brasil, José Ramos-Horta, Prémio
Nobel da Paz de 1996, criticando a forma como a comunidade tem sido
desenvolvida até hoje, defendeu que Timor-Leste, ao assumir a presidência da
CPLP no próximo ano, crie ações para aproximar a organização das populações dos
países membros.
De acordo com dados de base do “Internacional Trade Centrte-ITC”, é o Brasil quem lidera, à
distância, as Importações e as Exportações globais dos Estados-membros da CPLP.
Do lado das Importações seguiram-se, em 2012, entre os países mais
representativos, Portugal, Angola e Moçambique e, na vertente das Exportações,
Portugal e Angola alternaram as respectivas posições.
Ao longo do último quinquénio dois dos oito parceiros da CPLP, Angola e o
Brasil, apresentaram sucessivos saldos positivos na sua balança comercial de
mercadorias, cabendo os maiores saldos a Angola. Todos os restantes países registaram
défices nas suas balanças comerciais, à excepção da Guiné-Bissau em 2011, sendo
os mais acentuados os de Portugal. Em 2012, para além de Portugal, seguiram-se
por ordem decrescente os défices de Moçambique, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau,
de São Tomé e Príncipe e de Timor-Leste.
Entre 2008 e 2012 Portugal ocupou sempre a primeira posição entre os países
fornecedores de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe. Também em Angola figurou
em primeiro lugar até 2011, ano em foi ultrapassado pela China. Em termos
globais, Angola foi o quarto mercado de destino das exportações portuguesas de
mercadorias, à excepção do ano de 2010, em que ocupou a 5ª posição.
Na Guiné-Bissau,
Portugal ocupou a segunda posição entre os seus fornecedores nos dois primeiros
anos do período em análise, passando ao primeiro lugar a partir de então.
Nos últimos cinco
anos Portugal ocupou a 2ª posição nas exportações de Cabo Verde, a seguir à
Espanha.
De assinalar que a
China ocupou sempre neste período a primeira posição no ranking das exportações de Angola, o mesmo sucedendo com o Brasil a
partir de 2009.
Mas são ainda
escassas em geral, dadas as potencialidades existentes, as trocas comerciais
efectuadas no interior do espaço comum.
Peso
relativo dos Estados-membros nas importações Intra-CPLP
Foram nulas, ao longo do quinquénio, as importações dos seguintes
Estados-membros com as origens indicadas:
Angola – de Cabo Verde, Guiné-Bissau e
Timor-Leste;
Brasil – de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste;
Cabo Verde – de Angola, Moçambique, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste;
Guiné-Bissau – de Angola, Moçambique, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste;
Moçambique – da Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste;
São Tomé e Príncipe – de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e
Timor-Leste;
Timor-Leste – de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São
Tomé e Príncipe.
Portugal foi o único país que nos últimos cinco anos
efectuou importações de mercadorias de todos os parceiros comunitários, e em
todos os anos, à excepção de São Tomé e Príncipe em que só se realizaram em
2010.
Peso relativo dos
Estados-membros nas exportações Intra-CPLP
Foram nulas, ao longo do quinquénio, as exportações dos seguintes
Estados-membros para os destinos indicados:
Angola – para a Guiné-Bissau e Timor-Leste;
Cabo Verde – para Timor-Leste;
Guiné-Bissau – para Angola e Moçambique;
Moçambique – para a Guiné-Bissau e São Tomé e
Príncipe;
São Tomé e Príncipe – para Angola, Guiné-Bissau, e
Timor-Leste;
Timor-Leste – para Angola, Guiné-Bissau, e São Tomé e Príncipe.
Portugal, e agora
também o Brasil, foram os dois únicos países que nos últimos cinco anos efectuaram
exportações de mercadorias para todos os parceiros comunitários, e em todos os
anos.
- Portugal e a
CPLP no 1º semestre de 2013 -
De acordo com
dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal para o 1º
semestre de 2013, as importações portuguesas com origem na CPLP centraram-se em
Angola (80,5% do total) e no Brasil (18,1%), a que se seguiu Moçambique (1,2%).
Do lado das
exportações prevaleceu ainda Angola (67,7%) e o Brasil (17,1%), mas assumiram
já algum significado os restantes parceiros: Moçambique (7,3%), Cabo Verde
(4,8%), Guiné-Bissau (1,6%), São Tomé e Príncipe (1,2%) e Timor-Leste (0,2%).
Foi o seguinte o
panorama das importações e das exportações portuguesas, em termos de produtos
transaccionados, no âmbito do conjunto
dos países da CPLP em 2011, 2012 e 1º semestre de 2012 e 2013:
IMPORTAÇÕES
EXPORTAÇÕES
Walter Marques - Portugal
Walter
Anatole Marques - Assessor Principal da Função Pública (AP), Eng.º
Electrotécnico (IST)
Sem comentários:
Enviar um comentário