Segundo um estudo apresentado recentemente
pelo Oficio Federal das Estatísticas, a taxa de pobreza baixou na Suíça, ou
seja, menos pobres em tempo de crise. No entanto, o estudo revela alguns dados
curiosos. Dentro da lista dos mais afectados, vemos por último os estrangeiros.
Sabemos que para usufruir de uma ajuda social, por parte do cantão de
residência, o estrangeiro necessita de possuir o “Permis” B, caso contrário não
pode candidatar-se a tal ajuda. O que é mais curioso, é que muitos cantões
estão retirar essa autorização a todos os estrangeiros que estejam na situação
de desempregados — a receber o subsídio de desemprego – em caso de estarem para
renovar o “Permis B” , (a dar-lhes o Permis L em vez do B) , que lhes retira
qualquer possibilidade de pedido de ajuda social, quando terminem o período de
subsidio de desemprego. Ainda segundo os números apresentados, uma pessoa em
cada 13, é considerada pobre, que leva a que 580 mil pessoas vivam nesta
situação, que representa 7,6% da população. Por último, todas as pessoas que
vivem sozinhas com menos de 2200 francos ao mês, ou se vive em união com dois
filhos, e que não atingem os 4050 francos ao mês, são considerados pobres.
Estamos em crer que os estrangeiros deveriam subir na lista dos mais afectados,
porque conhecemos muitos que não atingem os valores apresentados no estudo.
É curioso ver na grande imprensa nacional o
estigma no que se refere a notícias que tenham a ver com cidadãos nacionais que
vivam no estrangeiro; tudo o que façam são emigrantes; o emigrante bateu, o
emigrante teve um acidente, o emigrante fez isto ou aquilo. O mais engraçado,
em alguns casos, as pessoas em questão viveram em países estrangeiros durante
anos, mas a residir em Portugal definitivamente, são sempre emigrantes. Somos emigrantes
no país de acolhimento e somos emigrantes no nosso país. Triste a sina do
emigrante, só nos falta pôr a mala de cartão numa mão e o garrafão de vinho na
outra. Adelino Sá – Suíça in “Gazeta Lusófona”
in " Os reformados da investigação" |
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