A Administração dos Portos do Douro e Leixões
(APDL) de Portugal e a sua congénere de Moçambique Portos do Norte (PN)
assinaram na passada semana em Maputo, um acordo de cooperação apontando para
uma melhor integração profissional dos trabalhadores da empresa moçambicana que
explora o porto de águas profundas de Nacala.
A assinatura do acordo consolida um percurso
de cooperação entre o porto de Leixões e o porto de Nacala, iniciada há três
anos e que permite a formação de quadros afectos ao porto moçambicano em
Portugal.
"O porto de Nacala está bem gerido e no
bom caminho para consolidar a sua posição em Moçambique e no mundo",
considerou Emílio Dias, presidente da APDL, no final da assinatura do
acordo.
Este responsável recordou que Leixões tem o
maior centro de formação portuária em Portugal e que, na última década, formou
"mais de mil quadros oriundos dos Países Africanos de Língua
Portuguesa" (PALOP).
Fernando Amado Couto, presidente do conselho
de administração da PN, admitiu que a sua empresa "não tem problemas em
dizer que precisa de ajuda em muitas áreas, sobretudo, na formação
profissional", referindo a "escassez de quadros portuários" em
Moçambique.
O acordo estabelecido incide, entre outros intentos,
na "transferência de conhecimentos nas áreas de organização e
planeamento", formação em diversas áreas "do saber portuário",
na promoção dos dois portos nos respectivos países e o fomento das ligações
marítimas entre eles, estando a primeira iniciativa já em fase de execução, a
avaliação do sistema de tecnologias de informação no porto de Nacala.
A empresa Portos do Norte é uma sociedade
anónima, cujos capitais são totalmente subscritos e realizados por cidadãos
nacionais, agrupados em várias sociedades e pela empresa pública Portos e Caminhos-de-ferro
de Moçambique. As mesmas sociedades privadas são detentoras de 15 porcento do
capital da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Nacala (SDCN), empresa que
conjuntamente com os CFM, constituem o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN),
sendo o accionista maioritário a Vale que em 2010 adquiriu 51% do capital da
SDCN, permitindo-lhe as condições logísticas necessárias para escoar a produção
da segunda fase do projecto de carvão de Moatize (Moatize II) e dar-lhe acesso
a concessões ferroviárias e portuárias em Moçambique, usando uma estratégia
usada com sucesso no Brasil, o modelo logístico de integração
mina-ferrovia-porto.
Fernando Amado Couto explicou que a nova
empresa tem planos para uma melhoria da eficiência dos serviços, tendo sido
adquiridos equipamentos de manuseamento de contentores e delineado um plano que
vai permitir a melhoria da circulação de camiões dentro do recinto portuário e
dos acessos ao próprio porto.
A comissão executiva da Portos do Norte
integra ainda Carlos Mucapera, como director financeiro, Leonilde Loide Bazar,
directora de administração e recursos humanos e ainda Agostinho Langa, como
director de operações. Para o reforço da equipa de gestão, a empresa assegurou
a contratação de vários técnicos com experiência na área portuária. Baía da Lusofonia
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