Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, mostrou-se frustrado devido ao facto de a única ligação aérea directa de carga entre Macau e a Europa não ir para Portugal e sim para Madrid. O responsável indicou, na Feira Internacional de Turismo de Macau, que tem vindo a insistir com as autoridades portuguesas para que essa ligação fosse feita para Lisboa ou para o Porto
Numa apresentação no pavilhão do Turismo de Portugal na Feira Internacional de Turismo de Macau, Alexandre Leitão afirmou: “Há dias escrevi [uma carta] para Lisboa, muito irritado, quando a Ethiopian Airlines inaugurou o seu voo de carga triangular Adis Abeba-Madrid-Macau e com isso criou a primeira ligação directa de Macau para a Europa”.
Citado pelo Diário de Notícias, Alexandre Leitão afirmou na ocasião que tem vindo a insistir junto das autoridades portuguesas, ao longo dos últimos dois anos, para que essa ligação fosse feita por uma companhia portuguesa, com um aeroporto nacional como plataforma europeia. O cônsul-geral justificou a posição dizendo que em Macau existem 153 mil portugueses, inseridos numa região que num raio de 200 quilómetros tem dois polos urbanos como Shenzhen, Cantão e Hong Kong.
“Aqui existem mais de uma centena de restaurantes que se reclamam portugueses; há concessionárias, há comércio e este ano vão abrir mais dois restaurantes portugueses”, afirmou, acrescentando: “Repito, não me convencem de que não é viável um voo que faça uma dupla função de transporte de pessoas e transporte de mercadorias”.
“Expliquem-me lá porque é que Lisboa não é placa atlântica e também europeia, além de ser lusófona para mercados como o Brasil, que são servidos como nenhum outro? Ou o Porto? E porque é que as capitais africanas, lusófonas, não são também instrumentos, plataformas de distribuição das mercadorias e serviços para outros países em África que querem vir para cá?”, criticou, citado pelo diário português.
Ressalvando não ser especialista nos assuntos de aviação, Alexandre Leitão pediu explicações ao Governo português e à TAP. “Até que me expliquem por A mais B que não faz sentido nenhum, eu continuarei a insistir nisso”, referiu, concluindo: “Todas as pessoas interessadas em Portugal, [olhem para] este potencial antes que a Etiópia ou outra companhia qualquer decida mesmo fazer o voo de passageiros directo para Madrid ou para Paris, onde quer que seja. Assim, a tarefa torna-se mais difícil. E é este o apelo que eu vos faço”. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”
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