Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 22 de abril de 2025

China - Coloca robôs humanoides contra humanos em meia-maratona

Vinte e um robôs humanoides juntaram-se a milhares de corredores na meia-maratona de Yizhuang, em Pequim, no sábado, na primeira vez que estas máquinas correram ao lado de humanos num percurso de 21 quilómetros.



Os robôs de fabricantes chineses como a DroidUP e a Noetix Robotics surgiram em todos os formatos e tamanhos, alguns com menos de 120 cm, outros com até 1,8 m de altura. Uma empresa gabou-se de que o seu robô parecia quase humano, com características femininas e a capacidade de piscar e sorrir.

Algumas empresas testaram os seus robôs durante semanas antes da corrida. As autoridades de Pequim descreveram o evento como mais parecido com uma competição de carros de corrida, dada a necessidade de equipas de engenharia e navegação.

“Os robôs funcionaram muito bem, muito estáveis… Sinto que estou a testemunhar a evolução dos robôs e da inteligência artificial (IA)”, disse He Sishu, um espectador que trabalha com IA.

Os robôs foram acompanhados por treinadores humanos, alguns dos quais tiveram de dar apoio físico às máquinas durante a corrida.

Alguns robôs usavam ténis de corrida, um deles tinha luvas de boxe e outro usava uma faixa vermelha na cabeça com as palavras “Destinado a Vencer” em chinês.

Segundo a Reuters, o robô vencedor foi o Tiangong Ultra, do Centro de Inovação de Robótica Humana de Pequim, com o tempo de 2h40min. O vencedor masculino da prova fez o tempo de 1h e 2min.

O centro é detido em 43% por duas empresas estatais, enquanto o braço de robótica da gigante tecnológica Xiaomi e a empresa líder chinesa de robôs humanoides UBTech têm uma participação igual no centro.

Tang Jian, director de tecnologia do centro de robótica, disse que o desempenho do Tiangong Ultra foi auxiliado por pernas longas e um algoritmo que permite imitar a forma como os humanos correm uma maratona.

“Não me quero gabar, mas acho que nenhuma outra empresa de robótica no Ocidente igualou as conquistas desportivas da Tiangong”, disse, acrescentando que durante a corrida, o robô trocou as baterias apenas três vezes.

Outros robôs participantes sentiram dificuldades desde o início. Um robô caiu na linha de partida e ficou deitado durante alguns minutos antes de se levantar e levantar voo; outro embateu numa grade após correr alguns metros, fazendo com que o seu operador humano caísse.

No ano passado, os robôs humanoides apareceram em maratonas na China, mas não correram. Esta foi a primeira vez que correram ao lado de humanos.

A China espera que o investimento em indústrias como a robótica, possa ajudar a criar novos motores de crescimento económico. Alguns analistas, no entanto, questionam se a participação dos robôs nas maratonas é um indicador fiável do seu potencial industrial.

O Dr. Alan Fern, professor de ciência da computação, inteligência artificial e robótica na Universidade Estadual do Oregon, disse que o software que permite o funcionamento dos robôs humanoides foi desenvolvido e demonstrado há mais de cinco anos.

“As empresas chinesas concentraram-se realmente em exibir caminhadas, corridas, danças e outros feitos de agilidade. Geralmente, estas são demonstrações interessantes, mas não demonstram muito sobre a utilidade do trabalho ou qualquer tipo de inteligência básica”, observou Alan Fern.

Tang disse: “Um foco futuro para nós serão as aplicações industriais de robôs humanoides para que possam realmente entrar em fábricas, cenários comerciais e, finalmente, casas”. In “Jornal Tribuna de Macau” com “Agências Internacionais”


Sem comentários:

Enviar um comentário