O poder do imaginário coletivo
é imenso. Dele tira o imaginário individual suas crenças mais firmes. Controla
esse imaginário colectivo, é lavoura do verdadeiro poder. O poder gestor se
adapta a esse imaginário coletivo.
A geração nós foi capaz de
inserir no imaginário colectivo, uma ideia de galeguismo da que hoje todos e
todas bebemos. Anteriormente o ressurgimento e os Padres Feijó e Sarmento,
fizeram seu bom trabalho.
O inícios do reintegracionismo
devem muito a trabalhos de gente honesta como Carvalho Calero, Guerra da Cal, e
muitos outros e outras. Académicos hoje ainda vivos como Isaac Estraviz ou
Carlos Durão (por mencionar somente dous casos) sabem desse trabalho em
condições tão difíceis. Graças a isso a Galiza conseguiu voltar a por em pé as
duas colunas -raiz sobre a que se sustenta a nação: celtismo e
reintegracionismo (ambas decepadas pelo franquismo).
Hoje já ninguém de nós pode
duvidar (ainda que socialmente isto, pelo de agora não seja visível) que a
espiral reintegracionista está em expansão, enquanto a isolacionista em
contração. Mas o poder segue ao lado do isolacionismo.
Nenhum poder é suicida. E em
tempos de paz, sem quebra institucional, todo novo poder surge e dimana,
ascendendo pela espiral em contração do velho poder. O velho poder então
precisa dum tempo para adaptar-se a nova situação. Mudando o discurso devagar, ate
atingir a espiral ascendente que lhe permita seguir no comando.
Os que não tem o poder podem
acelerar os ritmos e os tempos, para que a mudança chegue quanto antes (Isto
significa muito esforço e trabalho na base piramidal).
Faz-se necessário mais que nunca
que as verdadeiras redes galeguistas, voltem a inserir no imaginário colectivo
a necessidade de as duas normativas linguísticas serem de livre utilização na
administração pública e nas empresas privadas.
Isso aceleraria o processo de
reintegração.
Faz-se necessário que o
verdadeiro galeguismo, construa uma rede, que impulso a mudança desde abaixo:
Criando uma rede cultural galega.
Se for possível este trabalho.
A aceleração estaria já em marcha.
Afinal o velho poder convida a
parte do novo a sua mesa, no topo da pirâmide (alguns filtram e trepam a esse
poder por ai, outros permanecem fieis na base). Mas ambos movimentos são
necessários para a mudança.
Não sabemos quando isto
acontecerá, mas o final está já escrito. Galiza, sem a gente de pé aperceber-se
(a não ser que uma crise sistémica abale o poder na Espanha e na Europa) acorda
um dia sabendo que galego e português são a mesma língua. Pensa: claro sempre
foi assim. Nem lembra que há apenas um decénio pensava de outra forma.
O bom dos povos é que não tem
memória.
Fim dos discursos. Artur Alonso – Galiza in “Portal
Galego da Língua”
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Artur
Alonso Novelhe - Galego, mas nascido no México, é diplomado
pela Escola Pericial de Comércio de Ourense. Exerce como funcionário do Serviço
Galego de Saúde do Governo da Galiza. Publicou várias obras de poesia e
colabora habitualmente com diferentes publicações, entre as quais o PGL. É
sócio da Associaçom Galega da Língua (AGAL) desde os meados dos anos 80 e
académico da AGLP.
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