A importadora indiana de gás
Petronet LNG quer apostar nos navios a gás natural liquefeito (GNL),
contribuindo para aumentar a procura desse produto no país e assim acompanhar o
esforço do Governo em aumentar o consumo de GNL para 15% do total de energia consumida,
face aos 6,5%actuais, e em reduzir as emissões e a dependência indiana do
petróleo importado.
De acordo com declarações de
Prabhat Singh, Director da Petronet LNG, à imprensa, ele espera que uma
alteração do paradigma para navios a GNL crie “uma procura razoável” por este
tipo de combustível num país em que muitas indústrias ainda não estão ligadas à
rede de oleodutos.
Segundo órgãos de imprensa
internacional, a empresa está a negociar a introdução de camiões e autocarros a
GNL no mercado com a Tata Motors e a Ashok Leyland e em Janeiro vai revelar um
plano para vender GNL em todo o país, destinado a navios, comboios e outros
veículos.
A Petronet está igualmente a
negociar com retalhistas públicas do sector, como a Indian Oil Corp, a Bharat
Petroleum Corp e a Hindustan Petroleum Corp, a instalação de sistemas de
distribuição nos seus postos de abastecimento, e planeia instalar a sua própria
rede de distribuição a retalho. A Indian Oil Corp e a Bharat Petroleum Corp
detêm, cada uma, 12,5% da Petronet.
O projecto contribuirá para
que o terminal de GNL da empresa no sul da Índia, que actualmente funciona a 7
por cento da sua capacidade por causa do envolvimento dos oleodutos ligados a
grandes clientes em disputas legais sobre uso do solo, passe a funcionar em
pleno.
Entretanto, o Governo indiano
pode autorizar em breve o uso de GNL como combustível de transporte. Para
cumprir as metas de reduzir emissões e a dependência do petróleo num país que é
tido como o terceiro maior poluidor mundial, está a expandir a rede de
distribuição de gás em cidades ligadas à rede e planeia vir a gerir barcaças e
comboios a GNL. Este mês, aliás, a Índia testou o seu primeiro autocarro a GNL.
Além disso, a Índia pode
pretender acompanhar o ritmo da rival China, onde milhares de autocarros e
camiões já são alimentados a GNL. Prabhat Singh considera que o processo pode
ser uma boa oportunidade, notando que muitos dos 200 mil camiões que anualmente
se juntam à frota indiana também podem vir a ser alimentados a GNL.
De acordo com dados
recentemente divulgados, entre Abril e Setembro, a primeira metade do ano
fiscal, a produção local indiana de gás caiu 4,4%,enquanto as importações
aumentaram 26,3%. A capacidade de importação de GNL da Índia está a aumentar,
visando passar das actuais 21,3 milhões de toneladas/ano para as 50 milhões de
toneladas/ano em 2022. In “Jornal da Economia do Mar” - Portugal
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