Uma empresa australiana acaba
de lançar o projeto de uma planta de energia maremotriz, que aproveita a força
do oceano para gerar energia. Criada pela Carnegie Wave Energy, a estrutura é
uma nova versão de um modelo já executado e patenteado pela empresa, e é
anunciada como “a planta mais importante e avançada tecnologicamente para
testes e desenvolvimento de energia renovável de oceanos do mundo”. As
informações são do jornal britânico The Guardian.
O sistema utiliza as bóias
CETO, estruturas que se assemelham a grandes tanques circulares. Essas carcaças
são amarradas a uma âncora no fundo do mar e permanecem totalmente submersas,
característica que é o diferencial do complexo. Em entrevista ao The Guardian,
Michael Ottaviano, diretor-gerente da Carnegie, explica que a estrutura foi
desenvolvida para priorizar a sobrevivência a longo prazo dos tanques no oceano
mais do que a eficiência na conversão de energia.
“Você pode ter a tecnologia
mais eficiente, mas se acabar estragando após a primeira grande tempestade, não
vale nada”, diz Ottaviano. “[O CETO] Nunca atinge a superfície. Podemos
simplesmente acompanhar uma onda grande enquanto ela passa pela boia, que segue
o fluxo para cima e para baixo”.
O movimento de subida e
descida é a base da tecnologia de energia de ondas da Carnegie. Em harmonia com
as ondas oceânicas, o movimento conduz água a uma bomba. Agora, na última
geração das boias, a CETO 6, um sistema acoplado dentro do tanque irá converter
a água pressurizada em eletricidade limpa, que será transportada para fora do
oceano por um cabo.
Investimentos
Formada em 2006, a empresa
australiana acaba de lançar seu projeto de energia ondas de US$ 90 milhões em
Cornwall, no Reino Unido, depois de receber US $ 15,5 milhões do Fundo Europeu
de Desenvolvimento Regional para executar a primeira fase.
Maior do que os modelos
anteriores, cada unidade da CETO 6 tem diâmetro de 20 metros, uma capacidade de
geração de 1 megawatt, e foi concebida para durar 12 meses.
O diretor vislumbra um futuro
para o método principalmente para fornecimento de energia para ilhas, por
estarem cercadas pelo mar. Ilhas também costumam ter grande dependência de
combustíveis fósseis importados, o que os deixa em altas taxas de emissões de
CO2 e volatilidade de preços, conforme Ottaviano.
Até então, a principal
dificuldade da energia das ondas é o fato de ser “um recurso de densidade de
energia bastante baixa em muitos lugares, por isso pode exigir uma quantidade
razoável de infra-estrutura”, esclarece Stephen Doig, diretor do Instituto
Rocky Mountain, que auxilia na implantação de energias renováveis em ilhas.
Ainda assim, trata-se de um método a ser explorado, principalmente por ser
inesgotável, renovável e promover energia sem emissão de poluentes. Cecília Tumler – Brasil in “Gazeta
do Povo”
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