Concurso
de Debate em Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau com a
participação de 11 instituições de ensino superior do interior da China, de
Macau, da Coreia do Sul e do Vietname
Durante dois dias, o Instituto
Politécnico de Macau (IPM) funcionou como ponto de encontro para vários
estudantes de 11 universidades do Interior da China, de Macau, da Coreia do Sul
e do Vietname com a língua portuguesa a assumir-se como denominador comum.
A 7ª edição do Concurso de
Debate em Língua Portuguesa para Instituições de Ensino Superior da China e da
Ásia teve a mesma estrutura do ano passado, ano em que foram
introduzidas várias alterações, mantendo-se o Centro Pedagógico e Científico da
Língua Portuguesa como organizador do evento.
Para além da vertente
competitiva natural de qualquer concurso, os jovens estudantes revelaram-se
bastante entusiasmados pela oportunidade de participar, nomeadamente pela
componente social da actividade.
Entre os alunos e docentes
ouvidos pelo Jornal Tribuna de Macau, o intercâmbio cultural foi apontado, de forma
unânime, como sendo uma mais-valia da competição.
A professora Zhi Cheng trouxe
ao Concurso de Debate um grupo de três alunos de Português da Universidade de
Idiomas Estrangeiros de Hebei. Pela primeira vez no território, a docente considera
que a iniciativa é um “grande incentivo” para os estudantes. “Principalmente
para o intercâmbio cultural que é fomentado entre as escolas que dão
importância ao estudo da Língua Portuguesa”, disse.
Na universidade onde lecciona,
entre 250 a 280 alunos chineses estão a aprender a língua de Camões, número que
para Zhi Cheng é expressivo e faz sentido quando ainda “é considerada como uma
língua que pouca gente fala”. Por isso, afirmou, “isso é sempre uma mais-valia
para o futuro profissional desses estudantes”.
Depois de participar em
“treinos muito intensivos”, Chang Yu e Alex visitam Macau pela primeira vez
para representar a sua universidade num formato (debate) pouco usual no método
de ensino chinês. “Quero alargar os meus horizontes e perceber qual é o nível
de Português dos outros alunos. Participar neste debate pode ajudar-me a
adquirir mais conhecimentos não só sobre a língua mas sobre os temas em si”,
explicou Chang Yu.
Para a jovem, que planeia
trabalhar na área da tradução, o gosto pelo Português nasceu naturalmente. “A
Língua Portuguesa é muito bonita”, disse.
Já Alex, colega de equipa,
explicou que o Português foi a opção escolhida em virtude das portas que poderá
abrir no futuro em termos profissionais. “É uma língua bonita e depois de
concluir o curso será mais fácil de arranjar emprego”.
Com vontade de “trabalhar fora
da China”, Alex sublinhou a importância do Concurso de Debate do IPM pelo facto
de possibilitar o intercâmbio. “Quero fazer amigos e alargar os meus
horizontes”, apontou.
Falta
de materiais
A Universidade de Línguas
Estrangeiras de Dalian esteve representada no concurso através da dupla formada
por Carlos e Lídia, alunos do terceiro ano.
Apontando a gramática da
Língua Portuguesa como o aspecto “mais complicado”, Carlos acredita que o
concurso em formato de debate poderá ajudar a conhecer “expressões típicas do
Português” que “não se aprendem nos livros, mas sim no dia-a-dia”.
Segundo o estudante, o grande
problema em aprender Português na China continua a ser a falta de materiais e a
carência de professores portugueses no Continente. “O sistema de ensino chinês é
muito diferente do português o que complica o ensino e a aprendizagem. Além disso,
temos poucos manuais e os que temos são quase sempre procurados pelos professores
na internet. Não temos um livro que seja geral a todos os alunos, de todos os níveis,
o que dificulta também”, lamentou.
Para Lídia, aspirante a
tradutora, ser concorrente possibilitará “percebermos qual o nível dos outros
alunos e o que temos de aperfeiçoar”.
De Macau, participou Matthew,
aluno do 4º ano do curso de Tradução Português-Chinês e que encara a sua
prestação no concurso como uma “experiência para aperfeiçoar o domínio da
língua”.
Para o aluno, ganhar não é o
mais importante. “Como desta vez também participam alunos da Coreia do Sul isso
possibilita um intercâmbio muito interessante”, concluiu. Catarina Almeida – Macau in
“Jornal Tribuna de Macau”
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