SÃO PAULO – O
relatório que a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
organismo criado em 1948 pelo Conselho Econômico e Social da Organização das
Nações Unidas (ONU), prepara a cada ano mostra que o porto de Santos continuou
a ocupar em 2015 o primeiro lugar na movimentação de contêineres no continente,
com 3,6 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), o que
representou um crescimento de 2,1% em relação a 2014 (3,5 milhões de TEUs).
Segundo a Cepal, nos 120 portos da região analisados, a atividade cresceu 1,7%,
com um volume aproximado de 48 milhões de TEUs.
Responsável pela
movimentação de 27% do comércio exterior brasileiro, o porto santista está à
frente de Colón (3,5 milhões de TEUs) e Balboa (3,2), ambos no Panamá,
Cartagena (2,6), na Colômbia, Manzanilla (2,4) no México, Callao (1,9), no
Peru, Guayaquil (1,7), no Equador, Kingston (1,6), na Jamaica, Buenos Aires
(1,43), na Argentina, e Freeport (1,4), nas Bahamas. O segundo porto brasileiro a aparecer no ranking é o de Paranaguá-PR, em 20º
lugar, com 782 mil de TEUs, seguido por Rio Grande-RS, com 726 mil, em 21º
lugar, e TUP Portonave-SC, com 662 mil, em 22º.
Embora a diferença
na movimentação em relação aos dois portos panamenhos não seja significativa, a
tendência é que Santos continue a liderar o ranking
da Cepal em 2016, apesar da crise econômica que o País atravessa em função dos
desacertos econômicos dos últimos governos, que decidiram priorizar a ideologia
na condução da política externa, incluindo o comércio exterior. Basta ver que os
recursos que o BNDES emprestou a juros camaradas a países ideologicamente
“amigos” e empresas favoritas agora fazem falta no caixa do governo.
Mesmo assim, é de
se ressaltar que as cargas exportadas até maio de 2016 pelo porto de Santos – e
não só em contêineres – alcançaram US$ 22,2 bilhões, segundo dados da Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior
e Serviços (MDIC), valor superior em US$ 2 bilhões ao registrado no mesmo
período de 2015. Isso mostra que está mantida a tendência de crescimento no
valor comercial das exportações pelo cais santista.
Nesse quesito,
segundo a Codesp, o porto de Santos ampliou sua participação na movimentação de
todos os portos nacionais, alcançando o índice de 30,2%, favorecido
principalmente pelo volume registrado em maio de 7,57 milhões de toneladas, o
maior de todo o primeiro semestre até então. Portanto, esses números deixam
clara a necessidade premente de revitalização das conexões de acesso ao porto
de Santos, o que inclui as obras de dragagem. Neste caso, a melhor solução
parece a que é defendida pelo governo interino, ou seja, a privatização da gestão
da dragagem. Milton Lourenço - Brasil
_______________________________________________
Milton Lourenço é presidente da Fiorde
Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos,
Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da
Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística
(ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br
Sem comentários:
Enviar um comentário