Moçambicano
Félix Mula é o vencedor do Novo Banco Photo 2016, anunciou ao início da noite a
organização no Museu Coleção Berardo.
O NOVO BANCO e o Museu Coleção
Berardo selecionaram os três artistas para a edição de 2016 do Prémio NOVO
BANCO Photo, o mais importante prémio de arte contemporânea realizado em
Portugal - Félix Mula (Moçambique), Mónica de Miranda (Angola-Portugal) e Pauliana
Valente Pimentel (Portugal).
O NOVO BANCO mantém, desta
forma, a sua aposta de mecenato cultural na área da fotografia, dando
continuidade ao formato e ao valor pecuniário do prémio, bem como os
pressupostos de internacionalização por via da seleção dos artistas, que podem
ser de nacionalidade portuguesa ou dos Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa.
A escolha destes artistas foi
da responsabilidade de um júri de seleção representativo do critério geográfico
referido, composto por David Santos (Portugal), curador-geral da BF16 (Bienal
de Fotografia - VF Xira); Paula Nascimento (Angola), arquiteta, curadora e
diretora da Beyond Entropy Africa; e Pompílio Hilário Gemuce (Moçambique),
artista; que analisaram o panorama expositivo da fotografia no período a que
reporta o prémio.
Félix Mula, que concorreu ao
Novo Banco Photo com o trabalho "Idas e Voltas", nasceu em Maputo em
1979 e começou a fotografar aos 13 anos, com o seu pai, foi nomeado pelo júri
«pela sua exposição coletiva Processos, apresentada em 2014, em Maputo. O
processo fotográfico de Félix Mula tem passado de uma maneira discreta no meio
artístico moçambicano, pelo facto de tratar a fotografia como um meio para
conceptualizar histórias que refletem a sua memória individual em relação à sua
família, dentro de um espaço e tempo. As suas fotografias com quase uma
ausência da figura humana escondem sempre algo, ao mesmo tempo que revelam as
atitudes e a natureza do ser humano. Embora a fotografia tenha sido o meio
primário no seu contacto artístico, a sua coerência criativa revela-se também
nas suas instalações provocativas.»
Na opinião do júri, Mónica de
Miranda «é uma artista cujo trabalho atravessa diversas fronteiras e esboça uma
paisagem de identidades plurais, inspiradas pela própria experiência e vivência
de uma cultura cada vez mais itinerante. Em Hotel Globo, exposição realizada em
2015, no MNAC - Museu do Chiado, a artista explora a apropriação de um símbolo
da arquitetura colonial, o Hotel Globo em Luanda, através de novos modos de
ocupação e de uso; levantando questões relacionadas com a memória e com o
impacto dos espaços coloniais na vivência atual. Fragmentos da vivência atual
revelam uma (nova) teia de relações socioculturais, assim como a (re)
construção de identidades e culturas e de múltiplas possibilidades de ser.»
Pauliana Valente Pimentel foi
nomeada pelo júri «pelo seu projeto expositivo The Behaviour of Being, patente
na Galeria das Salgadeiras, em 2016, que apresenta um núcleo de imagens de
grande sensibilidade narrativa, baseadas numa forte consistência
estético-formal. Esta exposição vem confirmar o caminho de maturidade desta
artista que, nos últimos anos, tem revelado uma obra de subtil narratividade,
marcada não só pela ambiguidade da significação, como por uma particular e
profunda atenção à figura humana no seu envolvimento paisagístico e social.»
Pedro Lapa, presidente do Júri
do prémio NOVO BANCO Photo e diretor artístico do Museu Coleção Berardo,
acrescenta que «na edição deste ano o prémio passou a estar ainda mais focado
no eixo Portugal/países lusófonos africanos, de modo a reforçar a troca e mútuo
reconhecimento das práticas fotográficas neste quadro cultural que desejamos
vivo e continuado.»
As obras dos três finalistas
desta 12.ª edição do maior prémio na área das artes visuais em Portugal estão
até 2 de outubro de 2016 em exposição no Museu Berardo, em Lisboa. In “Novo
Banco”
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