Há alguns dias um amigo que já
não via faz imenso tempo ao ver-me na rua correu para mim um pouco excitado.
“A Caixa, já viste a Caixa?”,
Começou ele, para depois desenvolver sobre as notícias que a comunicação social
tem ultimamente dissertado sobre a Caixa Geral de Depósitos.
A preocupação dele era grande,
não fosse um quadro superior bancário de outra instituição. Depois de
desenvolver os seus tormentos continuou: “Vê lá tu, tinha uma conta na Caixa,
onde ia colocando umas poupanças, que eram superiores a três mil euros para não
ter custos de manutenção e recebi uma carta a dizer que esse valor passava para
os cinco mil euros. Loucos!” Dizia ele, “Para abrir na altura a conta foi só
facilidades, agora que a encerrei, tive levar todos os familiares que tinham lá
a assinatura, eu, a minha mulher, o meu pai, a minha mãe, até o "bobi" foi
connosco para não ficar sozinho em casa, ficando preso pela trela a um banco do
jardim.”
Mas, interrompi-o eu, ao
depositares o dinheiro em qualquer banco não estás a fazer um empréstimo, agora
gratuito, a esse banco para ele depois investir em grandes quantidades em
negócios rentáveis e com isso tirar rendimentos para no fim ter lucros?
“Quais quê!” Retorquiu ele. “
Eu agora vou passar a guardar o dinheiro em casa, sempre é mais seguro que esta
corja que anda por aí!”.
Despedi-me e fui a pensar nas
últimas palavras dele, semelhantes a outras que vou ouvindo, principalmente
quando me desloco ao comércio tradicional, de pessoas a afirmar que é mais
seguro guardar a poupança em casa.
O Banco de Portugal vem
afirmando que os portugueses, desde que entraram no euro, estão a poupar muito
menos, que a tendência de queda é constante e bastante inferior ao período
antes da adesão à moeda única europeia e muito abaixo da média da zona euro.
Não será outra a realidade? Baía da
Lusofonia
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