Porto
de Aveiro conta com novos operadores para movimentar contentores
O presidente da
Administração do Porto de Aveiro, José Luís Cacho, espera que, com a entrada de
novos operadores portuários, o Porto de Aveiro esteja a movimentar contentores,
dentro de um ano.
Em declarações à Lusa, José
Luís Cacho considera que a situação de "quase monopólio" no negócio
da movimentação de cargas contentorizadas tem prejudicado a execução do Plano
Estratégico do Porto de Aveiro, cujas infraestruturas foram concebidas tendo em
conta esse objetivo.
Com as obras realizadas na
última década, o Porto de Aveiro passou a dispor de um cais de 450 metros, com
13 hectares de terraplenos, com um potencial de expansão em 500 metros e 38
hectares, mas "não tem havido interesse" dos operadores portuários
instalados em operar contentores.
Enquanto isso, pequenas
empresas exportadoras da região queixam-se dos elevados custos de terem de
exportar através de Leixões, com um porto "ao pé da porta".
José Luís Cacho reconhece o
problema, mas sublinha que apenas é da responsabilidade da administração
portuária construir e gerir as infraestruturas, cabendo a operação aos
privados.
"A movimentação de
contentores está incluída no Plano Estratégico do Porto de Aveiro e é um
objetivo importante para o Porto, que vai de encontro às expectativas das
empresas exportadoras da região. Para exportar mais e melhor precisam de baixar
os custos logísticos, e compreende-se que a proximidade de uma infraestrutura
destas, pelo efeito de proximidade que tem, permitirá às empresas terem custos
mais baixos, por estar perto das unidades de produção", diz.
O presidente do conselho de
administração da APA atribui o facto de Aveiro ainda não estar a movimentar
contentores a vários fatores, entre os quais o negócio dos contentores ser
"um pouco fechado e ter uma cadeia de intervenientes em que não é fácil
mudar os hábitos" porque os operadores portuários que estão em Aveiro
operam as mesmas cargas em Leixões e Lisboa.
As imposições da troika
obrigaram o governo a rever as concessões portuárias e anuncia-se a entrada de
novos operadores no mercado, com o que o Porto de Aveiro pode beneficiar.
"Há aqui um problema de
quase monopólio na movimentação dos contentores desde Leixões a Setúbal e isso
tem prejudicado um pouco essa nossa estratégia, mas vão entrar novos operadores
na movimentação de carga no Porto de Aveiro que têm manifestado esse
interesse", adianta José Luís Cacho.
Aveiro dispõe de "uma
infraestrutura nova, com qualidade, que reúne todas as condições" e na
perspetiva do presidente da APA não invalida as apostas feitas por Leixões:
"começando Aveiro a fazer contentores não quer dizer que se deixem de
fazer em Leixões e noutros portos. O que é importante é haver mais
alternativas, o que cria concorrência no mercado dos contentores, permitindo
baixar os custos da operação portuária, com ganhos para todos". In “Porto de Aveiro” - Portugal
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