A Estrada de Ferro Mauá, oficialmente
denominada Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de
Petrópolis, foi a primeira ferrovia a ser estabelecida no Brasil. Construída
pelo Barão de Mauá, foi inaugurada em 30 de abril de 1854, ligando o Porto de
Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro. O trecho de 14,5 km seguia da estação de
Guia de Pacobaíba (A estação recebeu esse nome após ser arrendada pela EF
Príncipe do Grão Pará), no atual município de Magé, até Fragoso, localidade de
Inhomirim. A extensão até Raiz da Serra (Vila Inhomirim) se deu em 1856, onde
se iniciaria a subida por cremalheira para Petrópolis, e Areal, somente 30 anos
mais tarde. Por volta da década de 60 o tráfego entre Pacobaíba e Piabetá foi
suprimido.
Hoje, 160 anos depois, ainda resta um pequeno
trecho da primeira ferrovia do Brasil com tráfego de trens (trens de subúrbio
operados pela Supervia, em uma extensão de sua linha que termina em Saracuruna)
entre Piabetá e Vila Inhomirim. Mas o sistema ferroviário brasileiro não
resistiu à opção do país pelo desenvolvimento de rodovias e do sistema de
transporte baeado no automóvel.
No momento que o Brasil exige investimentos
em sua logística, a situação dos trens na atualidade foi tema do debate
“Sistema ferroviário brasileiro – Diagnósticos e propostas”, em comemoração ao
aniversário da ferrovia no Brasil. A atividade ocorreu dia 25 de abril de 2014,
na sede da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), promovida
pela FNE e sua abertura do evento contou com a participação do governador do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que ressaltou a iniciativa da Federação.
"Fico feliz em ver engenheiros, este país ficou 30 anos cuidando da moeda
e esquecemos de sonhar. A gente sonha com engenheiros e arquiteto. Não havia
projetos na área de infraestrutura no Rio. Este País parou. Perdemos essa
memória e vemos o país precisando cada vez mais de bons projetos, embora tenha
recursos", disse Pezão.
O presidente do SEESP e da FNE, Murilo Celso
de Campos Pinheiro, ressaltou a necessidade de elaborar propostas para retomar
investimentos na ferrovia com urgência. O governador, do Rio procurou prestar
contas das iniciativas estaduais e disse que o governo publicou um edital de
licitação do projeto para a expansão da linha do metrô, em um trajeto que
ligará a Gávea ao Largo da Carioca. Além disso, ele prevê o lançamento de mais
três editais para a criação de conexões metroviárias do Jardim Oceânico ao
Recreio, da estação Uruguai ao Méier, e também a atualização da linha
Estácio-Carioca. Ele falou ainda em lançar mais três editais para ligar o
Jardim Oceânico ao bairro do Recreio, para ligar a estação Uruguai, na Tijuca,
ao Méier, e também atualizar a linha Estácio-Carioca, que é um trecho importantíssimo
para a cidade. Quanto à renovação de frotas de trens urbanos, Pezão disse que a
previsão, até dezembro deste ano, é de 150 trens com ar-condicionado em
circulação, toda a frota com sistema de climatização no primeiro semestre de
2015.
Participaram da abertura e manhã de debates o
presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, o consultor no setor de transporte e
logística, Marcelo Perrupato, e o vice-presidente da FNE, Carlos Bastos
Abraham, em debare sobre o futuro da ferrovia no Brasil. Perrupato lembrou que
o Plano Nacional de Logística e Transporte prevê R$ 428 bilhões de
investimentos até 2023, sendo 47% só para ferrovias.
A primeira atividade da tarde foi dedicada às
obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com palestra do consultor
da FNE, Carlos Monte, em mesa coordenada por Fernando Palmezan Neto, oordenador
do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”
O evento seguiu com mesa redonda, com
representação de ministérios, orgãos públicos e representativos do setor: Ministério
dos Transportes/Secretaria de Política Nacional de Transportes (MT/SPNT);
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); Associação Nacional de
Transportes Ferroviários (ANTF);Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan); Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A
mesa foi coordenada pela diretora regional Sudeste da FNE, Clarice Aquino
Soraggi.
As palestras seguintes apresentaram
perspectivas da Ferrovia no século XXI, pelo Instituto Nacional de Pesquisa
Ferroviária, com o consultor Wellington de Aquino Sarmento e o Museu Nacional
Ferroviário, com Francisco Costa, da Secretaria Nacional de Política dos
Transportes. O Presidente da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer)
Luiz Euler Mello coordenou atividade. Federação
Nacional dos Engenheiros - Brasil
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