Ainda
no rescaldo das celebrações do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP
(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)...
Interessante é que não dei conta, que tivesse
havido a nível das escolas do país alguma comemoração especial, diferenciada,
para o Dia da nossa Língua segunda, oficial e veicular do ensino?!...
Sei que a importância da Língua portuguesa,
foi celebrada na cidade da Praia, em actividades conjuntas, no Centro Cultural
Português, com a Academia Cabo-verdiana de Letras e com o Centro de Língua
Portuguesa da Universidade de Cabo Verde. A Rádio Nacional, através do programa
o professor e do Jornalista Daniel Medina – que mantém também uma rubrica
radiofónica semanal: «Língua Viva» com questões sobre a Língua portuguesa – que
entrevistou alguns membros da ACL sobre a importância da Língua comum da CPLP,
em Cabo Verde. Na cidade do Mindelo, o Centro Cultural Português local, vem
celebrando a Língua portuguesa e a cultura lusófona e assim se seguirá até ao
final do mês, com actividades culturais, ludo/artísticas na nossa língua
segunda.
Na minha opinião, o falante jovem
cabo-verdiano escolarizado, ou em processo de escolarização, infelizmente,
padece actualmente de uma contracção, de um acanhamento linguístico ( a
ausência da Língua portuguesa nos seus hábitos académicos) e de um definhamento
no seu raciocínio lógico / dedutivo que a língua veicular do ensino lhe proporciona.
Estes são entre outros, os males de que enfermam gravemente, o nosso sistema de
ensino/aprendizagem.
Tendo em 2014, atingido um máximo já
insuportável, com o Brasil a exigir melhor preparação na língua comum, aos
candidatos cabo-verdianos às suas universidades, os quais, não têm um português
capazmente – em termos de expressão oral e escrita – para perceber,
descodificar e deduzir os cursos ministrados nas instituições académicas
daquele país, a que os nossos estudantes concorrem. Ao que isto chegou! É de
bradar aos céus!
1 - Seria bom reflectirmos seriamente da
importância da prática oral e escrita da nossa língua segunda, pois que o
português vem ganhando uma expansão e uma procura neste século, a todos os
níveis notáveis. O seu valor económico, como língua de negócios, disparou. A
Língua portuguesa ocupa o 6º lugar entre as Línguas do mundo mais procuradas
actualmente para negócios. A Língua portuguesa é hoje, a Língua mais falada no
hemisfério sul.
2 - Entre as 20 Línguas mais faladas no mundo
e de acordo com os dados do Observatório da Língua portuguesa, ela ocupa o 4º
lugar.
3 - Um dado interessante, o Japão aspira ser
membro observador da CPLP, e o ensino da Língua portuguesa que já é
significativo na China, conhece actualmente, o mesmo no Japão.
4 - Outro dado interessante é o contributo do
fenómeno futebol, na procura e na demanda da língua portuguesa. A próxima Copa
mundial no Brasil, está a ser também responsável por isso. Igualmente, tal já
havia acontecido na Copa africana na África do Sul com as equipas de Angola e
de Cabo Verde.
Logo, os jovens cabo-verdianos só terão
vantagens em expressarem-se em português.
Se hoje somos mais de 250 milhões de falantes
da Língua portuguesa, o Observatório da Língua, estima que num curto horizonte
temporal, (2020) este número subirá para 400 milhões, o número de falantes do
português. Só espero, que os falantes cabo-verdianos arrepiem caminho nesse
“abandono” do português como língua viva de comunicação, e não venham mais
tarde, com a expansão e a difusão que está a ter a nossa língua comum, exclamar
pesarosa e arrependidamente: “… Olha, afinal, nós já a tivemos, já a falámos
esta rica língua!” Abrenúncio! Espero que tal nunca venha a acontecer. Ondina Ferreira – Cabo Verde in “Coral Vermelho”
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