Luís Cezerilo é uma individualidade que dispensa qualquer tipo de apresentação no universo sócio-cultural, académico e político em Moçambique.
No
seu mais recente livro, “Mar, espelho líquido do infinito”, lançado no
dia 28 de Agosto do ano em curso, transborda o eflúvio natural do amor enquanto
um mar infinito, um elemento da vida como uma fagulha, numa essência superior
do ser. Neste livro, o amor e o mar formam a alga que nos inunda. Ele, o poeta,
“rasga” de forma minuciosa, delicada e reverberante, o que lhe vai na alma, no
seu mais íntimo e translúcido âmago. Este breve texto, através do qual busco
tecer algumas humildes linhas, é uma pequena amostra deste mar líquido do
escritor.
Cezerilo
está além do tempo, por isso chama todos para o entendimento de que o “amor é
algo genuíno” e todo o ser deve gozá-lo, independentemente do percurso de cada
um, do seu extracto social, porque o amor é a esperança, alegria, o prazer das
sereias denominadas nhamussoros no Sul do país, esse amor que consegue
mesclar-se na brisa dos verdadeiramente constituídos.
Nas
lentes do autor, nestas dezenas de poemas muito bem seleccionados, somos
remetidos sobretudo ao amor, à beleza do mar, à nossa história, à
contemporaneidade, aos descasos, ao misticismo da magia, da ternura e do
encanto do povo.
O
mar é infinito.
O
mar é pleno, esbelto, tem as suas tonalidades e os seus percursos e, neste
livro, o poeta Cezerilo soube pincelá-las tão perfeitamente, começando com a
primeira estrofe do primeiro poema, que nos suscita a imersão dos segredos que
o mar transmite na sua vastidão, a solitude, que depois desagua com o quinto
poema que nos traz a sensação do poderio e da extravagância do amor, dos seus
relevos ludibriantes, da vastidão e dos devaneios que nos pode transmitir.
Cezerilo
traduz nas suas metáforas tudo o que o universo propõe sobre o encanto da
beleza e do som das sereias, denominados no sul do país, de nhamussoros, que
conseguem mesclar-se na brisa dos ventos que o Índico traduz de forma poética.
O livro Mar, espelho líquido do infinito, é sem dúvidas uma concha em
forma de livro, que promete suscitar a todos “os sentidos mais humanos que
possam existir”. Huwana Rubi – Moçambique in “O País”
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Luís Abel dos Santos Cezerilo - É Pós-Doutorado em Estudos Literários pela
Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, UNESP-Campus de Araraquara
(2009); Doutor em Letras em Estudos Comparados de Literatura Africana de Língua
Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) em (2005); Possui um mestrado e
graduação pela Universidade de Évora (1999). Actualmente é Professor Auxiliar
na Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique Faculdade de Letras e Ciências
Sociais e na Academia de Ciências Policias (ACIPOL); Foi Assessor da Ministra
da Justiça para Área Prisional; Membro Fundador do Núcleo de Pesquisa de
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa da Universidade Camilo Castelo
Branco. Possui várias publicações nas áreas de Sociologia, Literatura e
Turismo. Poeta. Foi Assessor do Ministro da Educação e Cultura e membro do
Task-Force do Governo de Moçambique (2006).
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