Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Cabo Verde - Empresa Fogo Coffee Spirit prepara-se para repor duas mil plantas de cafeeiro em terreno cedido pelo Estado

São Filipe – A empresa Fogo Coffee Spirit prepara-se para repor duas mil plantas de cafeeiro numa parte dos terrenos disponibilizados pelo Estado, depois de um ano de produção quase nula originado pelas secas consecutiva dos últimos três anos.

O administrador da empresa Fogo Coffee Spirit, Amarildo Baessa, contactado pela Inforpress, avançou que com a concessão de posse de 11 parcelas de terrenos, que se estende desde Mosteiros Trás até o limite de perímetro florestal de Monte Velha, a empresa cogita a reposição de plantas numa parte do terreno, aguardando a resolução do conflito gerado na outra parte para a reposição das plantas, com expectativa de um bom ano agrícola.

Neste momento, a empresa dispõe de cerca de duas mil plantas de cafeeiros disponíveis que serão afixadas após a queda das chuvas.

Este ano, a empresa, segundo a mesma fonte, não comprou café porque a “produção foi baixíssima”, sendo classificada como a pior produção de que há memória nos Mosteiros, resultante do factor climático, nomeadamente a fraca ou ausência de precipitação durante três anos consecutivos, sobretudo nas zonas intermédias e altas dos Mosteiros, áreas de cultivo do café.

O responsável indicou que a empresa não se envolveu na compra do café devido a baixa produção e ao facto de os proprietários quererem vendê-lo a um preço mais elevado, cerca de 150 escudos/quilograma de cerejas, sublinhando que este foi um ano de manutenção dos equipamentos e preparação para os próximos anos.

“Além da pouca quantidade, a qualidade é também inferior porque não houve a pluviosidade suficiente para permitir o desenvolvimento da polpa e do próprio grão do café que não tem o calibre exigido”, afirmou o administrador.

Por outro lado, avançou que com a pandemia de novo coronavírus (covid-19) houve um conjunto de constrangimento, nomeadamente a desistência do comprador na compra do café, lembrando que a aquisição é pré-negociada e começa, regra geral, em meados de Janeiro e Fevereiro.

Nessa altura, lembrou, já havia o cenário da pandemia e com a preocupação do comprador em adoptar medidas preventivas.

Por isso, mesmo querendo, não justificava comprar o café por um preço elevado para vender no mercado interno, tendo em conta que a empresa Fogo Coffee Spirit não tem a vocação de vender para o consumo interno, referiu o administrador da empresa, cujo foco é a exportação.

“O preço/qualidade não dá para competir com outros cafés, como de Etiópia, Brasil, Jamaica. O preço elevado torna o café do Fogo num café mais caro do mundo, quando em termos de qualidade ocupa o sétimo lugar”, disse, justificando a razão da não envolvência, este ano, na compra do café.

Em 2019, a empresa Fogo Coffee Spirit comprou apenas sete toneladas de cereja, pouco mais de seis por cento das mais de 90 toneladas adquirida no ano de 2015.

Inicialmente previa adquirir “alguma quantia”, pagando 130 escudos por cada quilograma de cereja, mais 20 escudos que no ano passado, mas os produtores pediram 150 escudos.

O café é cultivado principalmente na área montanhosa e fértil dos Mosteiros, envolta por diversos microclimas e sem presença de produtos químicos. In “Inforpress” – Cabo Verde

Sem comentários:

Enviar um comentário