Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 7 de maio de 2020

CPLP- Que presente e que futuro?

Sem dúvidas, o actual momento que estamos a atravessar, obriga a que façamos algumas reflexões sobre o papel de algumas organizações que se dizem e/ou apresentam-se como promotoras de “amizade mútua e cooperação entre os povos”.

Não deixa, aliás, de ser curioso que a CPLP esteja cada vez mais distante dos (verdadeiros e reais) problemas que afectam a comunidade lusófona, em particular, nos países onde persistem problemas como: falta de escolarização, desemprego, ausência de serviços públicos de saúde com dignidade, violência doméstica e, não menos importante, a velha e habitual impunidade reinante no círculo das elites governantes.

Nesta crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), pouco ou nada se ouviu falar por parte de uma organização que poderia ser decisiva na elaboração e/ou discussão de um plano estratégico de apoio aos Estados-membros da referida comunidade. O que aliás, deixa-nos confusos, pois nos últimos anos, tem-se assistido a uma quase “mercantilização” na concessão do estatuto de Estados Observadores para alguns países terceiros – cujo verdadeiros interesses são bastantes questionáveis a longo prazo no espaço lusófono.

Infelizmente, a CPLP tem vindo a transformar-se numa comunidade ilusória, distante dos cidadãos comuns e pouco interventiva no combate aos verdadeiros problemas que afectam os Estados-membros e, por inerência, o tão desejado sonho de construir uma comunidade coesa, solidária e unida pelos mesmos valores.

Conclusão: no pós-pandemia, os Estados-membros da CPLP, terão de rever (com seriedade) o papel que a mesma se propôs a prosseguir em 17 de julho de 1996. Gelson Baía – São Tomé e Príncipe in “Téla Nón”

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