Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 24 de março de 2018

Macau - IPIM quer vendas nos Centros de Produtos Lusófonos

Ao longo dos últimos dois anos o Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa tem sido um local apenas de apresentação dos bens, no entanto, o IPIM quer que passe a ser possível adquiri-los. Para tal basta definir os métodos de pagamento que ali poderão ser utilizados. Glória Batalha Ung, vogal executiva do IPIM, indicou ainda que este ano devem ser criados “quatro ou cinco” novos centros deste género na China



O Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa assinalou ontem o segundo aniversário entre um clima de optimismo em relação ao seu contributo para o desenvolvimento do comércio dos produtos dos países lusófonos na China. “Até agora no portal online temos mais de 25.000 produtos registados, aqui [no centro] temos mais de 3.000 e são expostos diariamente mais de 1.200. Os dois anos passados foram um período para angariar produtos e fazer promoção”, indicou Glória Batalha Ung.

A vogal executiva do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) referiu que não tem uma ideia exacta do volume de transacções dos produtos ali em exposição pois só quando existem encomendas é possível ficar com um registo. “As pessoas podem ver e depois desistir [de comprar] e no dia seguinte ir à página dos produtores e nós ‘perdemos’ esta transacção”, explicou.

De qualquer forma, Glória Batalha Ung acredita que os números não medem o sucesso das acções promovidas. “Em Macau temos sete pontos [centros de exposição] e, na China, 23. Conjuntamente temos 30 pontos de exposição”. Em 2017, o Centro situado no Tap Seac foi visitado por entre 30.000 e 30.000 pessoas. “Não são muitos, mas acho que o valor não deve ser assim contado. O que está a ser feito aqui é só uma parte”, sublinhou.

Ao Centro na Casa de Vidro vão “turistas, profissionais, homens de negócios que querem encontrar oportunidades”. “Este ano vamos também organizar delegações de escolas, das universidades, porque isto não é apenas uma exposição de produtos, temos histórias dos países lusófonos”, frisou a vogal executiva do IPIM.

Os actuais 23 centros de exposição no Continente são “um número provisório”. “Ainda vamos aumentar. Este ano, vamos criar mais quatro ou cinco pontos de exposição em Nansha, na Província de Guangdong, e estávamos a pensar também nas áreas mais a norte da China, mas, como está numa fase de preparação, gostava de falar só mais tarde”, disse Glória Batalha Ung, acrescentando que o IPIM está a pensar também “promover a venda nestes pontos, mas temos de ver qual é o sistema de pagamento”. “A Autoridade Monetária está a rever as leis financeiras e, daqui a pouco, vamos ter um caminho mais aberto para este tipo de negócios”.

Para a medida se concretizar é preciso definir a questão do pagamento, mas não só. “Temos de esperar”, destacou Glória Batalha Ung. “Eu queria, estamos a pensar como se faz, mas o pagamento é algo que nos preocupa muito”. Caso seja possível fazer a venda dos produtos, o IPIM vai ainda contactar com associações ligadas ao turismo.

Durante a celebração de ontem foram assinados três acordos. O primeiro é um protocolo de cooperação entre o IPIM e uma companhia de venda dos produtos lusófonos. “Vão prestar um recinto para pormos o nosso ponto de exposição no prédio deles e também vão começar a fazer uma série de actividades nos bairros comunitários, nos hotéis, e em vários locais da cidade para promover os produtos”, explicou Glória Batalha Ung. Os dois restantes protocolos foram assinados entre uma empresa chinesa e dois distribuidores de produtos portugueses locais para começarem a importá-los regularmente.

A vogal executiva do IPIM destaca que o centro tem despoletado reacções positivas por parte dos empresários dos países lusófonos que “ainda querem mais”. “Especialmente os delegados [de cada país] em Macau, estão a recolher projectos de investimento para nós e depois fazemos todo o trabalho de tradução e de tentar encontrar potenciais investidores da China para investir nos produtos”, explicou Glória Batalha Ung. No caso de os países não terem como exportar produtos alimentares mais perecíveis, podem apresentar matérias-primas, produtos agrícolas e materiais de construção “que não precisam de ser controlados pelo prazo de validade”. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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