Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 9 de dezembro de 2017

Cabo Verde - Solange Cesarovna canta mornas da autoria de Eugénio Tavares nos 150 anos do seu nascimento



Nova Sintra – A cantora Solange Cesarovna actua este domingo, na Praça de Nova Sintra, num concerto de lançamento do seu álbum “Mornas”, em homenagem à morna e aos 150 anos do nascimento de Eugénio Tavares, no quadro da sua digressão nacional.

Coincidindo com o momento em que Cabo Verde se prepara para lançar a candidatura da Morna rumo ao Património Cultural Imaterial da Humanidade, Solange Cesarovna volta a cantar “Eugénio Tavares”, considerado figura incontornável da cultura cabo-verdiana e que deu grande contributo à música tradicional cabo-verdiana, particularmente à morna.

Em entrevista à Inforpress, a artista e intérprete revela que está com uma “ansiedade positiva”, por entender que vai ser um momento mágico pisar a ilha da Brava, enquanto berço de Eugénio Tavares e onde as mornas deste poeta e compositor de referência da cultura cabo-verdiana, nasceram pela inspiração deste autor.

“Estou à espera de um momento muito emocionante, de partilha, assim como em outras ilhas, mas com uma característica particular de estar na ilha de Eugénio Tavares”, ressalva Solange Cesarovna, para quem o concerto está a ser projectado para ser uma autêntica Festa de Natal antecipada, numa altura que se comemora um século e meio do nascimento de Eugénio Tavares, patrono do Dia Nacional da Cultura.

Por isso, considera terminar a digressão nacional de 2017 deste álbum, cantando Eugénio Tavares, na Praça de Nova Sintra, com os bravenses, não poderia ser melhor para fechar o ano com Chave de Ouro para também ser a inspiração para o início do ano 2018, que se prevê a continuação da digressão nacional para apresentação desta obra discográfica nas outras ilhas.

Expectante sobre o “Show da Brava”, Solange mostra-se convicta de que esta digressão da promoção deste álbum vai ficar marcada por grandes concertos de quase duas horas para grandes públicos a nível nacional e internacional, à volta da morna, o que vai ao encontro dos propósitos do autarca Francisco Walter, que quer brindar os munícipes com o “Show do Ano”.

Lançado a 22 de Julho na Rua Lisboa, na cidade do Mindelo (São Vicente), onde diz ter aprendido a cantar a morna, e que ainda com os seus sete anos, venceu o concurso de vozes de Pequenos Cantores com a morna “Cabo Verde Nha Terra” de Kim di Santiago, “Mornas” já foi também apresentado no Sal, em Santo Antão, no Tarrafal de Santiago e São Nicolau.

Para o ano ficam agendados espectáculos nas outras ilhas, estando já confirmado o concerto na Cidade da Praia para brindar o início de 2018 “com uma grande homenagem à morna”, e possivelmente a todas as ilhas, com passagem pela Boa Vista, Maio, Fogo e outros concelhos como Tarrafal de São Nicolau e outros pontos da ilha de Santiago e Santo Antão, ao qual se segue a digressão internacional.

Cesarovna considera que a reacção do público por todos os palcos por onde já apresentou o álbum, tem sido de uma empatia total, de se envolver com a morna durante o concerto.

Com oito faixas, “Ná, Ó Menino Ná”, “Morna de Despedida”, “Morna de Nha Santa Ana”, “Mal de Amor”, “Morna de Bejiça”, “Contam Nha Cretcheu”, “Mar Eterno” e Força de Cretcheu”, o álbum “Morna” tem a produção executiva das edições Artiletra e foi gravado em Cervantes Studios, em Lisboa.

Com Manel di Candinho na guitarra, esta obra discográfica conta com os serviços de artistas como o pianista Nando Andrade (também na direcção musical), o guitarrista Adérito, o baixista Manuel Paris, o percussionista Kau Paris, o baterista Robert Leonardo, tendo Nilton Cunha no cavaquinho.

“Mornas” é o terceiro álbum da artista, seguida de “Solange Cesarovna”, gravado em 2008 e “Speranza”, editado em 2011 em Itália, na sequência da sua actuação no Vaticano, Roma, que proporcionou a Solange fazer um dueto com o angolano Bonga na morna “Dos Atributo” de Manuel de Novas, que na versão italiana foi transfigurada em “Dona Madre e Esposa”.

A cantora considera que com este último trabalho discográfico possa dar um “simbólico” contributo para esta iniciativa “entusiástica” para o “dossier” da candidatura da Morna ao Património Imaterial da Humanidade, a par dos critérios científicos, enquanto uma apaixonada de morna que quer.

Cesarovna acredita que a morna tem todos os ingredientes e características para que realmente ganhe este título, por ser uma grande responsável por cabo Verde ter sido muito conhecido no mundo, e que a identidade cabo-verdiana vai ganhar muito com isto, pelo que exorta uma união à volta da morna e desta candidatura. Simão Rodrigues – Cabo Verde in “Inforpress”


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