Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Macau - Feira do Carmo oferece gastronomia em ambiente português

Até ao final de Janeiro, os visitantes da zona da Rua do Cunha têm ao seu dispor uma maior oferta gastronómica, no âmbito da Feira do Carmo. Além de fazer sentir água na boca, o evento também enche o olho, pois os petiscos são vendidos em barraquinhas inspiradas em pequenas casas portuguesas. Apesar dos participantes estarem confiantes na qualidade dos produtos, apelam a uma maior divulgação da feira para atrair mais clientes



Para além do bolo de amêndoa, bifanas e gelados de durian, quem passar pela zona da Rua do Cunha até ao final de Janeiro terá acesso a uma concentração de gastronomia local, vendida em casinhas coloridas de estilo português, montadas na Feira do Carmo.

Desde o primeiro dia de Dezembro, aderiram à feira 16 barracas de iguarias locais, organizadas pela Associação Industrial e Comercial de Macau. Apesar da feira funcionar entre o meio-dia e as 20h, muitos pais com crianças começam a concentrar-se na zona pelas 11h, ponderando as melhores combinações para o almoço.

Com o objectivo de dar maior visibilidade às marcas locais, na feira não faltam estabelecimentos com longa história e muita reputação, como a casa de sobremesas “Hang Heong Un”, cuja primeira loja abriu portas há mais de 50 anos na cidade. Cheang, funcionária da “Hang Heong Un” revelou à Tribuna que, embora existam várias lojas em Hong Kong, a empresa pretende agora aumentar a divulgação da marca em Macau, até porque vende sobremesas representativas do território.

“Aqui há uma variedade de doces, porém muitos não são conhecidos dos turistas”, apontou.

Em três semanas de funcionamento da Feira, foram vendidas centenas de caixas de sobremesas da célebre marca local. A sopa de amêndoa e as papas de noz são os produtos mais vendidos, indicou a idosa, expressando o desejo de voltar a divulgar produtos da loja neste evento, se houver uma nova edição no próximo Inverno.

Para além de sobremesas e comida, estão disponíveis várias barracas de venda exclusiva de bebidas, que atraem muitos clientes jovens e adolescentes, como é o caso da marca “Palácio Saudável”.

“Vendemos bebidas saudáveis únicas de Macau. Não temos uma loja física, mas recebemos encomendas. A marca foi criada há três anos e estamos a colaborar com mais de 20 restaurantes que encomendam os nossos produtos”, explicou Tai, ao colocar na mesa as garrafas de bebidas de cores distintas.

No início, o volume de clientes na feira era diminuto, notou, considerando que isso resulta da pequena dimensão do evento, que se realiza pela primeira vez. Com o reforço da divulgação e a adição de luzes e cartazes, Tai acredita que poderá ser aumentado o número de visitantes. A seu ver, mais iniciativas deste género podem contribuir para incentivar o dinamismo das indústrias culturais e criativas de Macau.

Segundo Tai, por dia, a barraca pode vender cerca de uma centena de garrafas. Como as bebidas são feitas com frutas secas e especiarias não conseguem despertar a atenção dos turistas ocidentais, mas cativam muitos clientes provenientes de Hong Kong, Taiwan, Singapura e Malásia.

Uma das barraquinhas que cativa mais atenção vende “galinha de infusão”. Neste prato, a galinha é cozinhada inteira num caldo de vegetais, que também é inserido no seu interior, deixando a carne macia e sumarenta.

Mostrando muita paciência e sorrisos, Nung, empregada deste “stand”, explicava os procedimentos deste prato a alguns turistas, tendo salientado que o espaço só vende “pratos especiais e únicos de Macau”. No menu, a Tribuna encontrou pratos com nomes audaciosos, incluindo “Um País, Dois Sistemas” e “Uma Faixa, Uma Rota” - o primeiro é um género de uma salada de batata, enquanto o segundo inclui carne e marisco.

À semelhança do estabelecimento anterior, Nung não estava muito satisfeita com o volume de clientes. “A parte principal da Rua do Cunha tem muitos turistas, mas aqui na Feira de Carmo não. Acho que muitos visitantes até não conhecem este espaço”, lamentou.

Por sua vez, Wong trabalha para a barraca “A1”, de um bar localizado no NAPE, cujos pontos fortes são petiscos e cerveja. Para Wong, esta parte da Taipa tem uma atmosfera nostálgica, reflectida em mais de um século de história, porém, muitos turistas param apenas na parte principal da Rua do Cunha. De qualquer modo, acredita que a feira contribuirá para animar a atmosfera da zona. Rima Cui – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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