Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Portugal - Micro-refinaria do porto de Sines pode replicar sistema em França

Tecnologia permite poupar 50 por cento no tratamento de resíduos petrolíferos no porto de Sines

A Ecoslops, uma micro-refinaria responsável pela reconversão dos resíduos petrolíferos do porto de Sines, concluiu uma parceria com a Total para a eventual instalação de uma tecnologia semelhante na zona de La Mède, próximo de Marselha. Até Junho de 2017, ambas as empresas trabalharão em conjunto para avaliar esta possibilidade e no final do próximo ano será tomada uma decisão.

O interesse da Total, que não é a primeira a manifestá-lo, justifica-se porque a tecnologia da Ecoslops é, segundo esta empresa, inédita em todo o mundo. Segundo apurámos junto de fonte da empresa, esta tecnologia “permite aos operadores dos navios no porto de Sines poupar 50 por cento nos custos de tratamento dos resíduos petrolíferos face aos custos em tratamento de resíduos noutros portos da União Europeia (UE)”. O que torna o porto de Sines, com capacidade para processar 30 mil toneladas/ano, único no mundo e mais competitivo nesta matéria.

Segundo a Ecoslops, “há vários meses que a Total está a estudar o caso de Sines” e se decidir instalar esta tecnologia em La Mède, isso representará um investimento de 13 milhões de euros. Nesse caso, embora possa ser considerada uma candidatura a fundos da UE, a disponibilização de fundos comunitários não será requisito essencial para a implementação do projecto, apurámos junto de fonte da Ecoslops.

Recorde-se que a instalação desta micro-refinaria no porto de Sines, há cerca de um ano, representou um investimento de 18 milhões de euros, dos quais 6,2 milhões provenientes de fundos da UE e do Estado português. O restante financiamento (11,8 milhões de euros) foi da própria empresa, apurámos junto de fonte da Ecoslops.

A tecnologia da Ecoslops foi a resposta ao desafio que são os resíduos petrolíferos (slops) produzidos pelos navios e “que contêm resíduos de hidrocarbonetos que ficam acumulados nos tanques”, refere a empresa. “A legislação internacional proíbe a descarga destes resíduos no mar e obriga a que sejam descarregados nos portos onde, na maioria dos casos, são incinerados, sem que sejam reaproveitados”, explica a Ecoslops.

A empresa “desenvolveu e implementou uma tecnologia única para transformar resíduos petrolíferos em novos produtos – ‘fuel’ e betume’”, com uma solução baseada “num processo industrial único de micro-refinação que transforma estes resíduos em produtos comerciais de qualidade validada pelos melhores ‘standards’ internacionais”, refere a Ecoslops. O que “a Ecoslops permite é uma reutilização, transformando-os noutro tipo de produtos como gasóleo, fuelóleos e betume”, esclarece a empresa.

“O trabalho da Ecoslops no porto de Sines tornou-se um ‘case study’ mundial que está a chamar a atenção de vários portos de referência mundiais, que visitaram já as instalações da refinaria em Sines para uma possível implementação da tecnologia”, como os portos do Norte da Europa, “onde as conversações estão já bastante avançadas, a Costa do Marfim e Singapura”, refere a empresa. In “Jornal Economia do Mar” - Portugal

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